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5 de junho de 2012

500-O rapazinho e a pomba de milagres


o rapazinho e a pomba de milagres
(Atitude ku konduta ki pui rapasseada di gossi ka ta fasi milagre;
a atitude e a conduta que fez que a rapaziada dos nossos dias não faz milagres)
Era, era ...
"[ ... ]. Era uma vez um rapazinho que foi educado num colégio qualquer de padres e que acreditava muito em milagres. Não conhecia nada da vida, porque fez a sua vida no colégio e saiu de lá homem, com vinte e um anos. Todas as injustiças que ele verifica, eram mal; não entendia que havia dum lado a miséria, gente que sofre, e do outro os ricos. Mas ele conseguiu encontrar uma pomba que fazia milagres. E então, porque o seu pensamento estava ligado ao sofrimento dos outros, resolveu fazer tudo para ajudar os outros, para não haver fome, nem frio, para todos terem casas para morar, para cada um realizar os seus desejos; ele não pensou em si mesmo, mas pedia à pomba para fazer milagres para outros. Então a pomba apareceu-lhe e sentou-se na sua mão. Ele disse: - "pomba, dá casas para aqueles pobres," - e apareceram as casas com tudo, dentro delas. "Dá comida àqueles famintos", e aparecia a comida, boa comida. Chamava mesmo as pessoas para perguntar o que é que queriam, e dava. Até o dia em que arranjou a sua namorada e sentou-se com ela. A namorada pedia­lhe uma coisa e ele dava. Outra gente dizia que também queria, mas ele não tinha tempo, agora era só para a namorada. Repentinamente a pomba voou, foi-se embora. Acabaram-se os milagres e tudo o que ele tinha feito como milagre tornou a desaparecer, mesmo ainda com a pomba na mão os milagres acabaram. Ele já não podia fazer nada pelos outros, porque só pensava na sua bojuda, na sua barriga"
(CABRAL, Amilcar, 1978: 155, "III. o nosso Partido e a luta devem ser dirigidos pelos melhores filhos do nosso povo", in: Arma da teoria: unidade e luta, obras escolhidas, Lisboa, Seara Nova, 2ª ­ed., 248 p)*
l-I = Contado por Amilcar Cabral, o pai fundador das nacionalidades bissau-guineense e cabo-verdiana aos quadros dirigentes e responsáveis do PAIGC, participantes num importante seminário decorrido em Conakry (Guiné-Conakry) entre 19 e 24 de Novembro de 1969.
I-} = Moral da história (sempre citando Amilcar Cabral): "Na medida em que somos capazes de pensar no nosso problema comum, nos problemas do nosso povo, da nossa gente, pondo no devido nível os nossos problemas pessoais e, se necessário, sacrificando os interesses pessoais, somos capazes de fazer milagres. Assim devem ser todos os dirigentes, responsáveis e militantes do nosso grande Partido, ao serviço da liberdade e do progresso do nosso povo".

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