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2 de fevereiro de 2011

48-Fotos para a posteridade e histórias à volta delas

André Gomes,"o professor"
Era natural de Bissau, de etnia balanta mas cristão, e estudara no Liceu Honório Barreto antes de ser recrutado. Encarreguei-o, por isso, de dar aulas de português aos que quizessem. Chamavam-lhe "o professor" por causa disso.
André Gomes, o professor
André Gomes, o professor

Não foram muitos os seus alunos, porque aquilo era voluntário (nunca obriguei ninguém) a maior parte esteve-se borrifando para o português. Com os que aceitaram conseguiu estabelecer boas amizades.


Bletche, o guarda-costas preterido
O Bletche
Otcha, o meu guarda-costas
O Otcha
Um grupo de amigos
O Otcha, de G3, e o André Gomes.

O Bletche, o professor e o Otcha
O Bletche, o Otcha e o André
O Bletche, se bem que já soubesse o que queria dizer "um murro nos cornos", também quis ir às aulas do André. Tornou-se também amigo do Otcha, mas é claro que nunca soube que tinha sido preterido por mim como guarda-costas.
Assisti algumas vezes às aulas e era interessante ver "o professor" explicar palavras em português ao Otcha, que era fula. Como o André era balanta e não sabia fula, a base da explicação tinha de ser o crioulo.
O Bletche mostrou-se também muito interessado. Talvez por, tendo sido antes guarda-costas do alferes Rodolfo, tivesse visto que era bom saber mais português.
Mas a amizade entre estes três tinha outra razão mais profunda. É que eu, informalmente mas na prática, tinha tornado os três meus adjuntos por várias razões. O Otcha, é claro, por ser meu guarda-costas, o André por ser ponderado e ter influência sobre os outros, e o Bletche porque, desde o episódio do murro os cornos, vi que se tinha tornado um fiel admirador meu, além de que sabia que era bom operacional. Mas houve também outro factor de peso nesta minha escolha.
Na primeira noite que saí com eles para uma emboscada, já meu novo pelotão, fiquei um bocado admirado por vê-los todos a sair munidos de cantil. Não vai ser precisa assim tanta água, mas tá bem. Passada meia hora fui dar uma vista de olhos pelos locais onde estavam distribuídos. Espanto meu. Grande parte deles estava a dormir, os que não dormiam estavam quase bêbedos. Vi que os gajos tinham levado aguardente de cana no cantil. Só o Otcha não, porque era fula, e estava comigo. O Bletche estava bem desperto, eu sabia que ele bebia, mas mostrou-me que não tinha levado aguardente de cana. O André também não, estava atento, eu sabia que ele bebia às vezes, mas pouco, não era por hábito. Mas os outros, filhos da puta, estavam todos apanhados mais ou menos pela cana. Dei um raspanete aos furriéis e ficou assente que, no futuro, ninguém saía de cantil à noite.


Bons rapazes... bebedores tanbém

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