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5 de fevereiro de 2012

380-Criação de monopólios para o comércio de escravos


Foi nos princípios do século XVII que a presença europeia se começou a sentir mais nas costas da Guiné, com mercadores de escravos e comerciantes de várias nacionalidades. Durante décadas os  “lançados” (colonos aventureiros) e os “tangomaos” (diz-se que eram judeus oriundos de Cabo Verde), geralmente miscegenizados com os indígenas, com quem faziam todo o tipo de negócios, tiveram actividade sem lei nem controlo. Também numerosos aventureiros e piratas, ou mesmo enviados de reis europeus, espanhóis, franceses, ingleses, holandeses e suecos, deambulavam por todos os reinos da costa da Guiné à cata de ouro, marfim e escravos. Daí que os reis e os gestores dos bens da Coroa portuguesa, à qual desses territórios vinham muitas riquezas, tivessem procurado ordenar esses comércios.
Companhia de Cacheu, Rios e Comércio da Guiné foi criada em 1675, sucedendo à Companhia da Costa da Guiné (criada em 1664) no comércio de escravos naquela região da costa ocidental africana, ficando também com o comércio de tecidos e marfim. Em 1676, o príncipe regente D. Pedro deu-lhe o monopólio do tráfico de escravos na costa da Guiné e no arquipélago de Cabo Verde e a exportação destes para a Metrópole e os seus domínios ultramarinos, bem como para a América espanhola e Brasil. Só lhe foi vedado o comércio com estrangeiros.
Em 10 de Maio de 1676 o governador de Cabo Verde, João Cardoso Pissarro foi nomeado responsável da companhia e, em 20 desse mês, João Barros Bezerra foi nomeado capitão-mor de Cacheu com o objectivo de ser seu administrador. Porque era em Cacheu que estava a grande fonte do tráfico de escravos
A companhia cessou as suas atividades em 1682, vindo a ser sucedida pela Companhia do Cacheu e Cabo Verde a partir de 1690, já sob o reinado de D. Pedro II. Além da sua actividade no comércio de tecidos, marfim e, sobretudo, escravos, tinha também a responsabilidade da manutenção do forte de Cacheu e também de Bissau, garantias da protecção dos seus comércios. Em 1697 foi fundada a vila de Bissau, com uma fortaleza e um entreposto de escravos
No entanto, em 1703, o rei não lhe renovou o contrato de exploração, pelo que a sua actividade entrou em declínio, os seus prejuízos acumularam-se e acabou por ser extinta. Com ela acabou a Capitania de Bissau, sendo o forte desta vila arrasado, por não ter razão de ser na óptica colonial da época.
Esta situação provocou a estagnação económica na Guiné e Cabo Verde durante décadas.
Só em 1757, por beneplácito do Marquês de Pombal, os seus direitos foram transferidos para Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão, a qual reconstruiu o forte de Bissau (ver aqui) durante a sua actividade. Esta companhia, porém, em 1777, após a saída do Marquês de Pombal, foi transformada na Companhia para o Monopólio do Comércio nas ilhas de Cabo Verde, Bissau e Cacheu, que durou até 1786, altura em que lhe sucedeu a Companhia do Comércio da Costa d’África, até 1886.

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