Minibiografia: Incanha Intumbo é Licenciado pela Universidade de Coimbra em Línguas e Literaturas Modernas, tendo aí também tirado o Mestrado em Linguística Descritiva. Nasceu na Guiné-Bissau, onde estudou e ensinou línguas com missionários portugueses e italianos. Interessou-se pelos problemas relacionados com o ensino e o tratamento das línguas no seu país multilingue.
Ver mais dados biográficos, obras e participações académicas em: http://www.didinho.org/incanha_intumbonodjuntamon.htmEsta e uma Comunicação que foi apresentada no Congresso Afro-Luso-Brasileiro de Coimbra em Setembro de 2004
Diz ele no início, na primeira página: «A Guiné-Bissau é um pequeno país de cerca de
36.125 km2 para uma população de
cerca de 1
milhão e duzentos
mil habitantes. É neste espaço que cerca de 30 línguas e dialectos
africanos e românicos se cruzam, se interinfluenciam e evoluem. Alguém já apelidou
o país de “Babel Negra“ e com alguma razão. Apesar de existirem tantas línguas,
apenas o
Crioulo se afirma
como única e verdadeira língua franca do
país. O Português, a língua oficial, do Ensino, da Cultura e da Ciência
e do prestígio é usado no dia a dia por cerca de 5% da população. A questão lógica impõe-se: Que
futuro para o Português na Guiné-Bissau? A resposta começou a ser dada por
Amílcar Cabral, artífice da independência do país, ainda durante a guerra de libertação.
Ele dizia “de entre todos os bens que os portugueses deixarem no nosso país na altura
da independência, certamente a Língua Portuguesa será o mais precioso pois
permitir-nos-á comunicarmo-nos com o mundo e com as ciências…” * Nem mais. Tendo Cabral a importância que tem no
nosso país, estas palavras profe(tizadas)ridas
ainda não sabíamos
se o sonho
da independência se
iria realizar, continuam a
ser actuais ainda
hoje, cerca de
trinta anos depois.
O Português vem acumulando mais e mais adjectivos. Hoje não é apenas a língua
da ciência e da cultura e dos documentos oficiais do país, é também a língua
do “prestígio“ a par das
outras línguas guineenses, a língua da irmandade internacional, a
lusofonia. »
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