CONSULTAS

Para consultas, além da "Caixa de pesquisa" em cima à esquerda podem procurar em "Etiquetas", em baixo do lado direito, ou ver em PÁGINAS, mais abaixo ainda do lado direito, o "Mapa do Blogue"

Este blogue pode ser visto também em

21 de junho de 2011

204-Honório Pereira Barreto, e porque é que os portugueses gostaram tanto dele

Nasceu no Cacheu, de mãe guineense e pai cabo-verdiano, era o major João Pereira Barreto, em 24 de Abril de 1813. Estudou na Metrópole até 1929, quando regressou a Cacheu. Em 1934, com 21 anos de idade, fora nomeado provedor daquele presídio. No ano de 1937, a 3 de Março, foi nomeado Governador interino da Guiné, ficando, como todos os governadores anteriores, dependente do Governador de Cabo Verde, que era quem tinha poderes administrativos sobre a Guiné. Só em 18 de Março de 1879, com Fontes Pereira de Melo, esta passou a Província independente com autonomia administrativa. Serviu bem os portugueses. Vamos ver como, e porque lhe erigiram uma estátua em Bissau.




22-XI-1838
○ Honório Barreto consegue do régulo de Intim, Odontó, a cedência do Ilhéu do Rei.
23-V-1839
○ Honório Pereira Barreto oferece ao Estado o Ilhéu do Rei, que comprara.
29-XII-1844
○ Foi cedido a Honório Pereira Barreto, então comerciante, residente em Cacheu, pelos gentios de Mascaço, na margem esquerda do rio Casa­mansa, um terreno com 100 toesas de fundo por toda a extensão do litoral para nele se erguerem casas de negócio e estabelecimentos com a bandeira portuguesa, que podiam ser fortificados.
29-XII-1844 
○ Honório Pereira. Barreto consegue dos gentios de Gone e Cabone (Casamansa) cedência de terri­tórios.
Idem, idem, do chefe de Sango Dogu (Casa­mansa).
Idem, idem dos chefes de Masçaco (Casamansa).
30-XII-1844
○ Idem, idem dos chefes de Nhamu (rio Sango Dogu) e gentios de Blandor e Santague.
2-I-1845
○ Idem, idem, dos gentios de Ganho, Nherne e Bri­cama.
4-I-1845
○ Idem, idem, dos gentios de Seneguer e Bambuda (Casamansa).
5-I-1845
○ Idem, idem, dos gentios de Faracunda (Casa­mansa).
9-I-1845
○ Idem, idem, dos gentios de Sangaje.
12-V-1845
○ Honório Pereira Barreto cede ao Estado todos estes terrenos que adquirira.
29-XII-1846
○ Honório Pereira Barreto domina a revolta de Farim.
18-II-1853
○ Foi feita, na aldeia de Bolor, uma convenção entre Governador interino de Cacheu, Honório Perei­ra Barreto, e os  régulos de Bolor, Jougam e Antó­nio Vermelho, que cederam à  nação portuguesa o terreno denominado «Eguel», reservando para si o direito de poderem fazer sacrifícios a um ídolo que ali existe, pagando lhes o Governador anualmente 6  barras de ferro, 6 frascos de pólvora e 5 galões de aguardente. 
25-V-1853
○ Depois de ter conseguido dominar a insubordinação dos moradores do Presídio de  Geba, Honório Barreto regressa à Praça de Bissau acompanhado dos grandes daquele território que vinham pres­tar acto de obediência.
3-III-1854
○ Propôs o Governador Geral de Cabo Verde para o posto de tenente-coronel de 2.ª linha a Honório Pereira Barreto,  agregado ao batalhão de 2.a linha da vila da Praia. Honório Barreto demi­tira-se anteriormente por duas vezes daquele posto por questões com governadores.
 21-X-1855
○ Em oficio dirigido ao Governador Geral de Cabo Verde, Honório Pereira Barreto diz da sua satisfação por saber que corria no distrito da Guiné, de que ele era Governador, a notícia de que a França, reconhecendo os nossos direitos no Casa­mansa, prometia abandonar os estabelecimentos que ali tinha. E concluía dizendo: «Se isso for verdade, fica a Guiné feliz, porque aquele rio exporta o dobro do que exportam os outros portos juntos». 
12-I-1856
○ Chegou a Canhabaque o Governador Honório P. Barreto, tendo-se hospedado com o seu séquito na povoação do régulo Tissac. No dia antece­dente estivera na Ilha das Galinhas, no sítio deno­minado Casaria, tendo ido ver a sepultura da filha do coronel de milícias Joaquim António de Matos, assassinada 14 anos antes pelos marinheiros do barco inglês «Pluton». A sua presença em Canha­baque tinha como objectivo firmar o domínio poruguês naquela ilha infestada com frequência por contrabandistas e corsários estrangeiros.
15-I-1856
○ H. P. Barreto consegue o reconhecimento da sobe­rania portuguesa pelos régulos de Canhabaque.
17-I-1856
Honório Pereira Barreto confes­sa-se encantado pela maneira como foi recebido pelo régulo e povo da ilha de Canhabaque. Dali partiu para a ilha de Orango onde foi recebido mm uma salva de artilharia, pois o rei. que habi­tava uma casa coberta de telha, dispunha de qua­tro peças montadas.
28-III-1856
○ O Governador Geral de Cabo Verde enviou para o Ministro do Ultramar cópia da correspondência trocada entre o Governador do distrito da Guiné e o delegado francês no Selho (rio Casamansa), reclamando contra as tentativas daquele delegado sobre o Presídio de Ziguinchor. 
3-IV-1856
Honório Barreto, de acordo com as disposições do Decreto de 1854 que determinava a libertação dos escravos pertencentes ao Estado e criava uma série de medidas em defesa dos servos, regulamentou a aplicação desse diploma neste território.
20-VIII-1856
O Governador do Distrito da Guiné agradece ao Bispo de Cabo Verde a nomeação dos párocos para as igrejas de Ziguinchor, Farim, Cacheu e Geba. o prelado, sabendo a relutância com que iam para a Guiné,[Prá Guiné?! F...se!] apesar da comissão ser apenas de 2 anos, solicitou ao Ministro as convenientes ordens para que o Governador Geral os compe­lisse a ir ao seu destino. 
20-IX-1856
○ Honório Pereira Barreto bate os indígenas de Cacanda, tendo o régulo prestado acto de submis­são na Praça de Cacheu.
27-IX-1856
○ Tratado de paz com o gentio de Cacanda.
8-X-1856
○ Honório P. Barreto consegue do régulo de Bianga a cedência da embocadura do estreito de Bassarel. H. P. Barreto cede ao Estadoa ponta da Varela, cessão firmada pelos chefes Felupes em 6-3-1857. Em 19- 6-1861 o Governador Zagalo içou aí a ban­deira nacional.
9-X-1856
 ○ Achando-se presente o tenente-coronel e Gover­nador Honório Barreto, foi assinado o tratado de paz e convenção entre os gentios de Naga e a Praça de Cacheu com quem se restabeleceram por essa forma as relações suspensas cerca de 50 anos antes.
15-XI-1856
○ O Governador Geral de Cabo Verde determinou ao do Distrito da Guiné para criar, por conta do Estado, no Rio Grande, algumas colónias agrí­colas. Pelo patacho «Progresso» seguiram 53 colo­nos cabo-verdianos e 4 europeus  que foram cari­nhosamente recebidos pelo Governador Honório Pereira Barreto, que, para os instalar, celebrou um contrato de compra de terrenos com os beafadas.
28-XII-1856
○ H. P. Barreto compra um terreno (Imbaná) no Rio Grande de Bolola, para a fixação de colonos cabo-verdianos.
3-I-1857
 Chegam esses colonos, estabelecendo-se no porto de Santa Cruz de Guinala. 
6-III-1857
Honório Pereira Barreto, frepresentando a casa de D. Rosa Carvalho de Alvarenga, fez cessão solene a favor da Nação Portuguesa dos terrenos que tinham sido dados pelos felupes de Varela , a seu pai o major João Pereira Barreto, de Cacheu. 
25-IV-1857
H. P. Barreto compra na Guinala as pontas Grande e Tibério. 
25-VI-1857
Foi remetido com um ofício ao Governador Geral de Cabo Verde o célebre protesto apresentado por Honório Pereira Barreto, que no mesmo passo pedia a sua demissão de Governador, contra a execução da portaria n.º 4 de 3 de Fevereiro, da Junta da Fazenda, protesto esse que foi mandado trancar nos livros pelo Ministro Sá da Bandeira. Aceite a sua demissão, substituindo-o António Pereira Mouzinho de Albuquerque Coita Falcão.
1857(?), 1858 (?)
H. P. Barreto compra a Ponta Brito (Biombo) e o ilhéu de Mantampa (R. Mansoa). 
16-IV-1859
Morreu na fortaleza de Bissau, vítima de caxequia palustre, o Governador Honório Pereira Barreto. O desenlace deu-se pelas 8 horas e meia da manhã, sendo seu médico assistente o Dr. Silva Leão. O Director da Alfândega, comunicando o triste acontecimento ao Governo Geral de Cabo Verde, diz que a Praça ficava em estado de alarme.
Dados extraídos do Boletim Cultural da Guiné Portuguesa, Outubro de 1947

Sem comentários:

Enviar um comentário