"Notícia" do site "www.guine-bissau.com":
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O escritor e Poeta guineense Felix Siga revelou ontem a Guiné-Bissau.Com que o fundador da nacionalidade guineense Amilcar Cabral nao nasceu em Bafatá como tem sido pregoado pelo mundo fora. Para Felix Siga, Amilcar Cabral nao é guineense. Pois, o seu bolitim de nascimento é falso e foi forjado por Rafael Barbosa para convencer o ex-Presidente da Guiné-Conacri Ahmed Sekou Turé aceita-lo residir em Conacri. Face a este cenario, considerou que Amilcar Cabral, com excepçao da sua participaçao na luta da libertaçao nacional, nao faz parte da historia da Guiné-Bissau. Felix Siga desafia seja quem for, para lhe mostrar colega de escola de Amilcar Cabral em Bafatá. No seu entender, se Amilcar Cabral tivesse nascido em Bafata teria ainda lá alguém que pudesse conhecer, pelo menos, filhos ou netos dos seus colegas que estudaram com ele o ensino primario em Bafatá. |
Ontem (ver aqui), na apresentação que realizou na UNICEPE do seu livro "Amílcar Cabral (1924-1973). Vida e Morte de um Revolucionário Africano", o Prof.Dr. Julião Soares Sousa abordou esta questão, mas afirmando, e com razão, que "não é o mais importante saber onde nasceu, mas, sim, o que a sua figura representa como homem e como revolucionário, o que ficou dele". Deu como exemplo Che Guevara, que até era argentino, mas que é uma figura inesquecível do povo cubano e de todo o mundo. Mas o Professor remeteu para o que escreveu no seu livro sobre o "nascimento de Amílcar Cabral". Fui ver.
Quando ele nasceu, "à uma hora do dia 12 de Setembro de 1924", era uma sexta-feira,a sua mãe, Iva Pinhel Évora, estava em Bafatá, e o seu pai, Juvenal António Lopes da Costa Cabral, estava como professor na "Escola do Sexo Feminino e Masculino de Geba", a cerca de trinta quilómetros de Bafatá, onde tinha também uma loja e onde vivia a sua mulher "legítima" (quando estive em Geba, durante a guerra, ouvi falar que havia lá uma irmã de Amílcar Cabral, mas nunca me deu para averiguar) . Eram ambos cabo-verdianos. Iva Pinhel chegara à Guiné em 1922 e Juvenal Cabral já lá estava desde 1911. Desde esta data, Juvenal Cabral, um homem muito "mexido", passou por vários empregos da administração colonial. Um deles, além de professor primário, fazia-o deslocar-se com frequência a Bafatá. E, como homem sempre activo, foi aí que passou a relacionar-se com Iva Pinhel.
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Foto do livro do autor, com a devida vénia |
Mas o Prof. Julião Soares foi muito fundo e descobriu isto:
Curiosamente o baptismo numa freguesia com o mesmo nome da freguesia do nascimento. Mas uma em Cabo Verde e outra em Bafatá. Iva esteve em Cabo Verde em 1929 e 1930, parece, com os filhos Amílcar, Armanda, Arminda e Ivo Carvalho Silva.
...E parece-me que o pároco dessa freguesia não estaria preocupado em forjar este documento para o Sékou Touré...
Sem ter a ver com isto, mas não resisto a publicar, com a devida vénia, esta foto que vem no livro do Prof. Julião Soares e que se refere ao estudante de agronomia Amílcar Cabral. Porque o autor do "boneco" é também uma figura muito conhecida:
Pelos livros do caricaturado, vê-se que o amigo Sousa Veloso identificou bem a figura do já intelectual e do revolucionário em perspectiva.
o contraditório mal intensionado merece um repúdio severo,mas apresentar argumentos baseados nos factos é de elogiar
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