Os “presídios”, praças de pequenas dimensões e escassos meios defensivos, constituíam organizações administrativas no interior da Guiné durante o período colonial anterior ao século XX. Tal como Farim, Ziguinchor e Rio Nuno, Geba tinha um presídio. Também aqui, como em Bissau, não foi fácil a implantação do domínio colonial. Já vimos como foi em Bissau (ver aqui). Vejamos agora como conta João Basso Marques o que foi A GUERRA DE GEBA (no Boletim Cultural da Guiné Portuguesa, nº 001-004, 1946, não em livro, como vi algures):
«Por toda a Colónia grassavam as discórdias entre indígenas, que nem sempre acatavam a política adoptada, de meios brandos, suasórios e conciliadores.
Aqui, as questões, sempre crescentes, entre os fulas dos territórios de Joladú e Ganadú, vizinhos do presídio de Geba; acolá, a premeditada revolta de Mamadú Paté, de Bolola -um dos régulos do «Forreá» - acolitado por um dos seus «grandes», Mamadú Yeró, de que resultou a sua morte, depois de ter tentado, por meio de falsa conferência com O Comandante da praça de Buba, aprisionar e matar o enviado deste, alferes Moreira do Carmo; mais além, as desavenças dos povos de Antula e Intim, que mais tarde originariam uma campanha em Bissau:
No território de Geba, com o fim de demonstração do poderio e força do Governo, haviam-se já efectuado algumas campanhas - a última no período decorrido de Agosto a Setembro de 1889 - todas infrutíferas porém.
Agora, em virtude da invasão e assalto à mão armada, praticada pelo súbdito francês, Mussá Moló, chefe de guerra do senhor do chão de Fuladá - o rei Dembel- o qual, capitaneando forças consideráveis, invadiu os nossos territórios de San Cariá e Cariá, sitos entre Farim e Geba; e ainda às extorsões feitas pelo salteador Mali Boiá e aos ataques dos fulas pretos de Joladú e Ganadú (sob o comando do mesmo Boiá) aos mandingas e beafadas da ponta de Sambel-Nhantá, o major Augusto Rogério Gonçalves dos Santos, Governador da Colónia ao tempo, decretou o estado de guerra nos territórios da Circunscrição de Geba, nos termos de uma portaria régia de 1864.
Ia já adiantado o espírito de revolta. Mali Boiá de há muito se havia constituído em manifesta rebelião contra as determinações do Governo, praticando actos em oposição às leis e atacando povoações pacíficas.
Esses ataques consubstanciavam o seu intuito de se apoderar da margem direita do rio Geba, para melhor desferir o que pretendia contra a praça. Para esse efeito, com auxílio dos régulos de Chime, Badora, Corubal e Guerat, gente do Mussá e do Paté-Coiade, atacando, fazia os possíveis para expulsar daquela zona o régulo escolhido pelo Governo e pela maioria do povo, Sambem Serandim, e as famílias fieis, de mandingas e beafadas, que residiam na já falada ponta de SambeI Nhantá.
Por outro lado, a revolta alastrava, por isso que, não obstante os vários arrolamentos minuciosos feitos às armas e munições existentes, alguns comerciantes indignos vendiam pólvora e munições aos mandingas de Bambadinca, que, em canoas de «poilão», as levavam depois aos rebeldes, aumentando assim a sua resistência.
Estes factos traziam as populações ordeiras sobreexcitadas, prejudicavam o comércio e constituíam risco grave para as embarcações que se empregavam no tráfego do rio.
Justificava-se, pois, o estado de guerra declarado e acção do Governo para pôr cobro a tais desmandos.
Às tropas existentes no presídio, constituídas por dois subalternos e cento e dez praças de pré, de caçadores 1 e da bateria de artilharia na Colónia destacada, se juntaram outras enviadas de Bissau.
O comando das forças em campanha foi cometido ao capitão Zacarias de Sousa Lage.Empregou-se o melhor material bélico existente na Colónia para lá se mandando a metralhadora «Nordenfeeld», as espoletas de granadas que acabavam de chegar, e as diversas armas Enfield existentes no depósito de material.Para protecção da coluna e do tráfego no rio seguiram as lanchas canhoneiras «Ave», «Flecha» e «Zagaia», respectivamente do comando dos primeiros tenentes Sena Barcelos e Santos Nunes e do segundo tenente Álvaro Herculano da Cunha.
Dirigiram-se os primeiros ataques contra as tabancas dos territórios de Chime, Juladú e Ganadú, até chegar ao maior, efectuado em Carantabá.
Foi de facto este o ataque mais violento, nele se registando actos de heroísmo diversos: o cidadão Domingos de Araújo, conhecido pela «Mancamá», depois de ferido mortalmente, incitava os auxiliares, seus companheiros. a não abandonarem o ataque, dando-lhes assim, o exemplo da sua coragem, denodo, valentia e amor pátrio: o 1.0 tenente de bateria de artilharia, Jorge de Lucena, segundo comandante das forças em campanha, mesmo ferido mantinha-se em combate; o médico Sant'Ana Álvares exercia debaixo do, fogo a sua espinhosa missão; os sargentos Barros Cardoso e António Maria dos Santos, ambos feridos em combatetendo o segundo ficado militarmente incapacitado - houveram-se também com energia e valentia louváveis.
O régulo de Ganadú e Galona Dabó, chefe de guerra dos mandingas e beafadas, tão. brilhantemente se houveram nos serviços de campanha que lhes foram ordenados, que assim conseguiram a derrota moral do Mali Boiá.
Diga-se também, prestando justiça à maioria dos comerciantes, o auxílio dado pelos negociantes de Gêba, Francisco Rodrigues e Joaquim da Costa, que, fechando os seus estabelecimentos com manifesto prejuizo dos seus interesses e colocando-se à ordem do comando, arriscaram as suas vidas sob fogo intenso.
Os comerciantes estrangeiros, da firma Blanchard & Companhia e Otto Schacht, cederam também as suas embarcações para transporte de tropas e material d.e guerra.
Após o ataque e destruição das moranças de Batanjá, Gebará, Collufi e muitas outras, castigos que se infligiram aos rebeldes, muitos dos seus chefes se apresentaram solicitando perdão com deposição de armas.
Dirigiram-se os primeiros ataques contra as tabancas dos territórios de Chime, Juladú e Ganadú, até chegar ao maior, efectuado em Carantabá.
Foi de facto este o ataque mais violento, nele se registando actos de heroísmo diversos: o cidadão Domingos de Araújo, conhecido pela «Mancamá», depois de ferido mortalmente, incitava os auxiliares, seus companheiros. a não abandonarem o ataque, dando-lhes assim, o exemplo da sua coragem, denodo, valentia e amor pátrio: o 1.º tenente de bateria de artilharia, Jorge de Lucena, segundo comandante das forças em campanha, mesmo ferido mantinha-se em combate; o médico Sant'Ana Álvares exercia debaixo do fogo a sua espinhosa missão; os sargentos Barros Cardoso e António Maria dos Santos, ambos feridos em combate, tendo o segundo ficado militarmente incapacitado - houveram-se também com energia e valentia louváveis.
O régulo de Ganadú e Galona Dabó, chefe de guerra dos mandingas e beafadas, tão brilhantemente se houveram nos serviços de campanha que lhes foram ordenados, que assim conseguiram a derrota moral do Mali Boiá.
Diga-se também, prestando justiça à maioria dos comerciantes, o auxílio dado pelos negociantes de Geba, Francisco Rodrigues e Joaquim da Costa, que, fechando os seus estabelecimentos com manifesto prejuizo dos seus interesses e colocando-se à ordem do comando, arriscaram as suas vidas sob fogo intenso.
Os comerciantes estrangeiros, da firma Blanchard & Companhia e Otto Schacht, cederam também as suas embarcações para transporte de tropas e material de guerra.
Após o ataque e destruição das moranças de Batanjá, Gebará, Collufi e muitas outras, castigos que se infligiram aos rebeldes, muitos dos seus chefes se apresentaram solicitando perdão com deposição de armas.
Conseguira-se assim arredar para mais longe o perigo e desassossego. Entretanto, ainda que mais distante, a revolta mantinha-se.
Decorria já o ano de 1891, e a campanha que se iniciara em Dezembro do ano anterior, devido à época das chuvas e a questão mais instante, em Bissau, embora não resolvesse a paz nem a completa obediência dos indígenas revoltados, houve que ser suspensa.
Realmente, em Bissau, já mesmo muito antes do início das hostilidades em Geba, coisa grave andava no ar.
Em meados do ano de 1890 guerreavam-se, entre si, os papeis de Antula e Intim, ajudados aqueles pelos balantas de Nhacra e Cuntanga e estes pelos grumetes da praça de Bissau.
Baldados esforços empregava o Governo, aconselhando-os a que cessassem as hostilidades na guerra cruenta que entre si mantinham as referidas tribos.
Só mais tarde - alguns meses depois - o governo conseguiu os seus intuitos, através do juramento de obediência prestado pelo régulo de Antula.
Revoltado continuava ainda o gentio de Intim, cujo régulo Cumeré, despeitado pela atitude do de Antula e secundado pelos de Bandim, Bór e Enterramento, a todo momento mostrava o seu desrespeito pela autoridade, chegando em certa altura, armado com espingardas e pedras, ele e os seus homens, a apedrejarem polícias da praça e tentar aprisionar, para assassinar, o comandante e dois oficiais que passeavam na praça dos grumetes.
Que nisso se houve com culpa o comandante da praça, tenente-coronel da guarnição de Angola Pedro Moreira da Fonseca, assim se demonstrou; acarretando-lhe tal facto a sua demissão do comando e uma censura no Boletim Oficial.
Contudo as provocações não acabavam. Agora os íncolas da praça estavam em permanente sobressalto. Os papéis de Intim, secundados pelos de Antula, que se tomaram perjuros, e escudados pelos grumetes que constituíam a sua guarda avançada na praça, matavam a tiro os soldados que guarneciam os baluartes da sua fortaleza.
Por força do prestígio do Governo, tão ofendido, e para mantença do ascendente moral sobre os indígenas, iniciou-se então a campanha de Bissau.
Fora ela que, conjuntamente com a impraticabilidade das operações devida à época das chuvas, motivou a suspensão da Guerra de Geba.
Como atrás se disse: arredou-se para mais longe o desassossego que os revoltosos criavam, mas não se conseguiu desbaratá-los.
Ainda que na região do presídio lavrasse paz absoluta, um pouco distante, na região vizinha de Mancarosse, os agentes de Mussá Moló faziam das suas prendendo o régulo Cambel, que depois fugiu, e matando outros que recalcitravam perante os seus abusos.
Todavia, a Guerra de Geba não deixou de constituir jornada gloriosa da nossa penetração colonial, precursora das outras que mais tarde - em 1915 - conseguindo a pacificação dos povos da Guiné, imortalizaram o nome do denodado e heróico cabo de Guerra, Teixeira Pinto.»
ALGUMAS DATAS (significativas das dificuldades encontradas na região do presídio de Geba):
24-VII-1843 - Manuel José Semedo, comandante do presídio de Geba, consegue do régulo de Badora, Mamadú Sanhá, a cedência do território de Ganjarra.
25-V-1853 - Depois de ter conseguido dominar a insubordinação dos moradores do presídio de Geba, Honório Barreto regressa à Praça de Bissau acompanhado dos grandes daquele território que vinham prestar acto de obediência.
25-IX-1865 - O régulo futa-fula Tudé Mussá, vencido pelos fulas, refugiou se no presídio de Geba. Avisaram os Fulas que entrariam nele pela força para resgatar o chefe inimigo. Porque o dever de lealdade o obrigava a defender quem procurava protecção na bandeira portuguesa, decidiu o comandante do presídio recusar tal proposta. No assalto que os fulas fizeram ao presídio foram rechaçados.
1-XI-1865 - O gentio de Geba ataca a praça, sendo rechaçado e pedindo a paz. O comandante do Presídio, 2º tenente de artilharia Manuel José da Silva, foi promovido por distinção ao posto imediato, por decreto de 9 de Junho de 1866, pelos relevantes serviços prestados nesta guerra.
20-XII-1880 -Foi marcada a data em que o régulo de Ganadú [zona de Geba] deveria prestar termo de juramento e obediência à bandeira nacional segundo os preceitos do seu rito.
3-VIII-1885 - Louvados o capitão Caetano Alberto da Costa Pessoa e o tenente Joaquim António do Carmo Azevedo, por terem restabelecido a tranquilidade no presídio de Geba e mantido o prestígio da autoridade em relação aos gentios que se lhes mostraram hostis.
6-VIII-1886 - Louvado o tenente Francisco A. Marques Geraldes, chefe do presídio de Geba e o alferes Manuel do Amaral Carvalho Vieira pela maneira como castigaram o chefe de guerra dos fulas pretos, Mussa Moló, tomando-lhe dez tabancas.
21-IX-1886 - Saiu do presídio de Geba à frente de uma expedição composta de 4.500 homens, sendo 80 praças de caçadores, 2 oficiais, 2 peças com os respectivos serventes e o resto constituído por auxiliares, o tenente Francisco Marques Geraldes, com o fim de bater as forças do Mussá Molo, no território de Sam Corlá [zona de Geba].
17-VII-1889 - O régulo de Ganadú, de nome Corrai, fez proclamações de desobediência ao Governo convidando os seus povos à revolta. O governador Correia e Lança tomou medidas rápidas e enérgicas para enfrentar os acontecimentos. Organizada urna coluna de operações foram batidos os rebeldes e preso o régulo.
2-XII-1890 - Constituída uma coluna de operações contra Mali Boia, residente na circunscrição do presídio de Geba, sendo nomeado comandante o capitão Zacarias de Sousa Lage e 2.º comandante o tenente António Jorge Lucena.
9-III-1891 - Suspensas as operações militares na circunscrição do presídio de Geba e mandados recolher a Bissau três oficiais, dois oficiais inferiores e 160 cabos e soldados.
28-IV-1891 - Louvados pelas operações militares de Geba os comandantes das lanchas-canhoneiras «Flecha» e «Zagaia», l.º tenente Filipe dos Santos Nunes e 2º tenente Alvaro Herculano da Cunha. Louvado o capitão Zacarias de Sousa Lage pelos relevantes serviços no presídio de Geba como chefe e comandante da coluna de operações, dando inequívocas e sobejas provas de coragem, valor e mérito nos ataques que dirigiu às tabancas gentílicas de Joladú, Ganadú, Chime e outras.
28-IV-1891 - Louvados alguns negociantes do Presídio de Geba e chefes de guerra auxiliares, destacando-se Domingos Gomes Araújo (o Mancamá) , pela coragem, denodo, valentia e amor pátrio, do que foi vitima no ataque dado a Carantabá em 13-12-1890.
14-V-1891 - Foi estabelecido em Geba um depósito de incorrigíveis onde deveriam completar o tempo de serviço que lhes faltasse as praças da guarnição de Angola mandadas servir na Guiné por terem sido condenadas como desertores ou incorrigíveis.
20-I-1892 - Foi declarado em estado de guerra o Presídio de Geba e sua circunscrição, suspensas as garantias dos seus habitantes e considerados rebeldes todos os povos da mesma região que se reuniram ao chefe de guerra do rei Dembel de Firdú, Mussá Molô.
22-I-1892 - Constituída a coluna de operações de Geba contra Mussá Molô. Nomeado seu comandante o capitão Carlos Augusto de Almeida Saraiva, que faleceu dias depois, sendo substituído pelo capitão Zacarias de Sousa Lage.
2-III-1892 - Auto de vassalagem do régulo de Cabomba, Dembá Methá, de Geba.
10-III-1892 - Vitória das nossas forças comandadas pelo capitão de caçadores Sousa Lage sobre os rebeldes da circunscrição de Geba, coroada pela entrada da coluna de operações em Gussará-Dandum, aldeia indígena fortificada considerada até então inexpugnável.
24-III-1892 - Louvado o guarda marinha Joaquim Pedro Vieira Júdice Biker, comandante da lancha-canhoneira «Zagaia» pelos serviços prestados em apoio à coluna de operações militares de Geba. Louvado o capitão Zacarias de Sousa Lage, pela maneira como dirigiu a coluna de operações militares em Geba, obrigando os rebeldes a abandonarem a sua mais forte tabanca de guerra, Gussará Dandum, onde a coluna teve de sustentar aturada fuzilaria com o inimigo, durante 18 horas nos dias 10 e 11 de Março.
24-III-1892 - Foi considerada pacificada a região de Geba pela derrota de Mussá Molô.
28-VIII-1892 - Foi celebrado no presídio de Geba, em presença das autoridades, o auto de vassalagem do régulo de Gabú e Forreá Mamadú Paté, que ali se apresentou acompanhado dos seus conselheiros.
20-I-1893 - Tenente Aníbal Augusto da Silva Machado Gomes louvado pela forma como desempenhou a comissão que lhe foi incumbida de fazer a travessia de Farim a Geba com uma força militar e por ter feito o levantamento da carta dos terrenos que atravessou.
27-III-1893 - Auto de vassalagem do régulo de Chime, Béllar Bandi.
20-V-1903 - Embarcou para Lisboa a força expedicionária europeia enviada da Metrópole para submeter os rebeldes de Geba e de Bissau. Ficou na colónia a Companhia de Macuas de Moçambique.
21-XI-1907 - Constituída a coluna de operações na circunscrição de Geba.
1-XII-1907 - A coluna de operações organizada pelo governador Muzanty cai sobre a povoação fortificada de Campampe, desbarata os rebeldes partidários de lnfali Soncó, mata o régulo Dembage e estabelece as comunicações com Bambadinca.
1-XI-1865 - O gentio de Geba ataca a praça, sendo rechaçado e pedindo a paz. O comandante do Presídio, 2º tenente de artilharia Manuel José da Silva, foi promovido por distinção ao posto imediato, por decreto de 9 de Junho de 1866, pelos relevantes serviços prestados nesta guerra.
20-XII-1880 -Foi marcada a data em que o régulo de Ganadú [zona de Geba] deveria prestar termo de juramento e obediência à bandeira nacional segundo os preceitos do seu rito.
3-VIII-1885 - Louvados o capitão Caetano Alberto da Costa Pessoa e o tenente Joaquim António do Carmo Azevedo, por terem restabelecido a tranquilidade no presídio de Geba e mantido o prestígio da autoridade em relação aos gentios que se lhes mostraram hostis.
6-VIII-1886 - Louvado o tenente Francisco A. Marques Geraldes, chefe do presídio de Geba e o alferes Manuel do Amaral Carvalho Vieira pela maneira como castigaram o chefe de guerra dos fulas pretos, Mussa Moló, tomando-lhe dez tabancas.
21-IX-1886 - Saiu do presídio de Geba à frente de uma expedição composta de 4.500 homens, sendo 80 praças de caçadores, 2 oficiais, 2 peças com os respectivos serventes e o resto constituído por auxiliares, o tenente Francisco Marques Geraldes, com o fim de bater as forças do Mussá Molo, no território de Sam Corlá [zona de Geba].
17-VII-1889 - O régulo de Ganadú, de nome Corrai, fez proclamações de desobediência ao Governo convidando os seus povos à revolta. O governador Correia e Lança tomou medidas rápidas e enérgicas para enfrentar os acontecimentos. Organizada urna coluna de operações foram batidos os rebeldes e preso o régulo.
2-XII-1890 - Constituída uma coluna de operações contra Mali Boia, residente na circunscrição do presídio de Geba, sendo nomeado comandante o capitão Zacarias de Sousa Lage e 2.º comandante o tenente António Jorge Lucena.
9-III-1891 - Suspensas as operações militares na circunscrição do presídio de Geba e mandados recolher a Bissau três oficiais, dois oficiais inferiores e 160 cabos e soldados.
28-IV-1891 - Louvados pelas operações militares de Geba os comandantes das lanchas-canhoneiras «Flecha» e «Zagaia», l.º tenente Filipe dos Santos Nunes e 2º tenente Alvaro Herculano da Cunha. Louvado o capitão Zacarias de Sousa Lage pelos relevantes serviços no presídio de Geba como chefe e comandante da coluna de operações, dando inequívocas e sobejas provas de coragem, valor e mérito nos ataques que dirigiu às tabancas gentílicas de Joladú, Ganadú, Chime e outras.
28-IV-1891 - Louvados alguns negociantes do Presídio de Geba e chefes de guerra auxiliares, destacando-se Domingos Gomes Araújo (o Mancamá) , pela coragem, denodo, valentia e amor pátrio, do que foi vitima no ataque dado a Carantabá em 13-12-1890.
14-V-1891 - Foi estabelecido em Geba um depósito de incorrigíveis onde deveriam completar o tempo de serviço que lhes faltasse as praças da guarnição de Angola mandadas servir na Guiné por terem sido condenadas como desertores ou incorrigíveis.
20-I-1892 - Foi declarado em estado de guerra o Presídio de Geba e sua circunscrição, suspensas as garantias dos seus habitantes e considerados rebeldes todos os povos da mesma região que se reuniram ao chefe de guerra do rei Dembel de Firdú, Mussá Molô.
22-I-1892 - Constituída a coluna de operações de Geba contra Mussá Molô. Nomeado seu comandante o capitão Carlos Augusto de Almeida Saraiva, que faleceu dias depois, sendo substituído pelo capitão Zacarias de Sousa Lage.
2-III-1892 - Auto de vassalagem do régulo de Cabomba, Dembá Methá, de Geba.
10-III-1892 - Vitória das nossas forças comandadas pelo capitão de caçadores Sousa Lage sobre os rebeldes da circunscrição de Geba, coroada pela entrada da coluna de operações em Gussará-Dandum, aldeia indígena fortificada considerada até então inexpugnável.
24-III-1892 - Louvado o guarda marinha Joaquim Pedro Vieira Júdice Biker, comandante da lancha-canhoneira «Zagaia» pelos serviços prestados em apoio à coluna de operações militares de Geba. Louvado o capitão Zacarias de Sousa Lage, pela maneira como dirigiu a coluna de operações militares em Geba, obrigando os rebeldes a abandonarem a sua mais forte tabanca de guerra, Gussará Dandum, onde a coluna teve de sustentar aturada fuzilaria com o inimigo, durante 18 horas nos dias 10 e 11 de Março.
24-III-1892 - Foi considerada pacificada a região de Geba pela derrota de Mussá Molô.
28-VIII-1892 - Foi celebrado no presídio de Geba, em presença das autoridades, o auto de vassalagem do régulo de Gabú e Forreá Mamadú Paté, que ali se apresentou acompanhado dos seus conselheiros.
20-I-1893 - Tenente Aníbal Augusto da Silva Machado Gomes louvado pela forma como desempenhou a comissão que lhe foi incumbida de fazer a travessia de Farim a Geba com uma força militar e por ter feito o levantamento da carta dos terrenos que atravessou.
27-III-1893 - Auto de vassalagem do régulo de Chime, Béllar Bandi.
20-V-1903 - Embarcou para Lisboa a força expedicionária europeia enviada da Metrópole para submeter os rebeldes de Geba e de Bissau. Ficou na colónia a Companhia de Macuas de Moçambique.
21-XI-1907 - Constituída a coluna de operações na circunscrição de Geba.
1-XII-1907 - A coluna de operações organizada pelo governador Muzanty cai sobre a povoação fortificada de Campampe, desbarata os rebeldes partidários de lnfali Soncó, mata o régulo Dembage e estabelece as comunicações com Bambadinca.
Sem comentários:
Enviar um comentário