O jornal "Expresso" de 6 de Outubro de 1973 tinha um título na primeira página: "Aviões abatidos na Guiné-Bissau". Essa notícia dizia:
«Segundo notícias da France Presse, provenientes de Argel, foram abatidos três aviões portugueses do tipo Fiat G91, na Guiné-Bissau durante o mês de Setembro pelo PAIGC - anunciou um comunicado desta organização. O comunicado acrescenta que estas perdas elevam a 25 o número de aviões portugueses abatidos na Guiné-Bissau desde Março último».
Claro que esta notícia não passou e teve de ser substituída por outra, a censura cortou-a. Mas não foi pelo exagero do número de aviões abatidos. Nesse caso, haveria que dizer não foram nada 25, foram só 2, ou 3... O que se passava é que se queria fazer crer que nós estávamos na maior nas nossas acções de policiamento contra bandidos, e nem pensar dizer uma coisa dessas. ...Nem havia guerra nenhuma.
Mas tínhamos várias aeronaves. Estas foram as principais no Teatro de Operações na Guiné:
Dornier DO-27, é de fabrico alemão, em colaboração com a firma esdpanhola CASA. Avião monomotor, asa alta, trem de aterragem convencional fixo, com capacidade para seis passageiros ou equivalente em carga. Ao serviço da FAP desde 1961, chegando a haver 146. Durante a guerra colonial eram utilizados para transporte de passageiros, evacuação de feridos, reconhecimento aéreo e transporte de correio. Às vezes, raramente, utilizavam foguetes ofensivos montados sob as asas. Foram abatidos ao efectivo em 1979.
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Fiat G91 |
O Fiat G91 começou a ser fabricado pela Itália em 1956, mas, a partir de 1958, passou a ser construído pelo consórcio Dornier/Messerschmitt/Heinke. Foram adquiridos 40 à Alemanha em 1966, porque a Turquia e a Grécia tinham recusado a sua compra e tendo como contrapartida a cedência de instalações para treino das tripulações alemãs na base de Beja. Iam sendo fornecidos durante a guerra e distribuídos pelos vários TO. Num total de 136, os últimos foram recebidos em 1976! Em Março de 1966 foram oito Fiat G91-R/4 para a Base Aérea nº 12, em Bissalanca, a qual só ficou operacional para eles em Junho desse ano. Mais tarde foram para lá mais 2. Em 1971/1974 estavam lá 10, no entanto só 8 estavam disponíveis, os restantes estavam inoperacionais.
O Fiat G91 era uma aeronave de ataque ao solo, não adequada ao combate aéreo, sendo o seu pior inimigo, por isso, os canhões anti-aéreos e os mísseis.
Aviões Fiat acidentados ou abatidos:
. 22 de Fevereiro de 1967 - Fiat G91-R/4, pilotado pelo major Armando Augusto dos Santos Moreira (comandante da Esq. 121). Caiu devido à explosão prematura da uma bomba. O piloto ejectou-se e foi recuperado.
- 28 de Julho de 1968 - Fiat G.91R/4, pilotado pelo tenente-coronel Francisco da Costa Gomes (Comandante do Grupo Operacional 1201), abatido devido a disparos de arma de 12,7mm no lado de lá da zona de fronteira com a Guiné-Conakry. O piloto ejectou-se e foi recuperado.
- 25 de Março de 1973 - Fiat G.91-R/4, pilotado pelo tenente Miguel Cassola Cardoso Pessoa, abatido por um míssil SAM-7 "Grail" na zona de Guiledje. O piloto ejectou-se e foi recuperado.
- 28 de Março de 1973 - Fiat G.91-R/4, pilotado pelo Tenente-coronel José Fernando de Almeida Brito (Comandante do Grupo Operacional 1201), abatido por um míssil SAM-7 "Grail" na zona de Madina do Boé. O piloto morreu.
- 1 de Setembro de 1973 - Fiat G.91-R/4, pilotado pelo Capitão Carlos Augusto Wanzeller, abatido devido a disparos de arma de 12,7mm. O piloto ejectou-se e foi recuperado.
- 4 de Outubro de 1973 - Fiat G91-R/4, pilotado pelo Capitão Alberto Roxo da Cruz, abatido devido a disparos de arma de 12,7mm. O piloto ejectou-se e foi recuperado.
- 31 de Janeiro de 1974 - Fiat G91-R/4, pilotado pelo tenente Victor Manuel Castro Gil, abatido por um missil SAM-7 "Grail", na zona de Canquelifá; o piloto ejectou-se e foi recuperado, após andar vinte quilómetros no mato.
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T6 Harvard |
Os T6 Harvard são de origem americana, criados em 1935 pela North American. Os EUA utilizaram-nos durante a Segunda Guerra Mundial e durante a Guerra da Coreia. Portugal adquiriu os primeiros 28 em 1947, mais 20 em 1951 ao abrigo de um acordo de defesa com os EUA (Mutual Defense Assistance Program), tendo isto naturalmente a ver com a cedência da base das Lajes. Vieram mais depois, chegámos a ter um total de 257. Antes da guerra colonial serviam essencialmente para instrução dos pilotos militares. Durante ela tiveram um importante papel. Depois dela voltaram a ter papel de treino e instrução.
No entanto, dois T-6, a mando de Spinola, bombardearam o RALIS em 11 de Março de 1975, matando o soldado Joaquim Luís e fazendo 14 feridos. Em 1978 foram abatidos ao activo.
AviõesT6 acidentados ou abatidos:
- 22 de Maio de 1963 - dois T6 "tocam-se", na zona de Tombali; um deles cai, morrendo o piloto, furriel Eduardo Nuno Ricou Casals; o outro faz uma aterragem de emergência, sendo o piloto, sargento António Lobato, aprisionado pelo PAIGC; foi libertado aquando da operação Mar Verde;
- 21 de Janeiro de 1964 - um T6 é abatido por fogo anti-aéreo durante a operação Tridente; morre o piloto, alferes João Manuel Pité;
- 6 de Abril de 1973 - T6 abatido por um missil SAM-7 "Grail", entre Guidage e Bigene; major Mantovani Filipe, o piloto, morre.
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DO-27 |
Aviões DO-27 acidentados ou abatidos:
- 6 de Abril de 1973 - DO-27 pilotado pelo furriel Baltazar da Silva e transportando um médico, de Bigene para Guidage, foi abatido por um missil SAM-7 "Grail"; morreram todos os ocupantes;
- 6 de Abril de 1973 - DO-27 pilotado pelo furriel Carvalho e tendo a bordo a enfermeira pára-quedista Giselda Antunes quase foi atingido por um missil SAM-7 "Grail", na zona de Guidage; avariou e teve de regressar a Bissalanca;
- 6 de Abril de 1973 - DO-27 pilotado pelo furriel António Carvalho Ferreira, e transportando o major Mariz, um militar ferido e um enfermeiro, saíu de Guidage, foi abatido por um missil SAM-7 "Grail"; morreram todos os ocupantes; presume-se que tenha caído no Senegal.
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Alouette III |
O Alouette III foi um dos mais valiosos e eficientes meios militares utilizados por Portugal na Guiné durante a guerra colonial. É um helicóptero utilitário ligeiro de transporte, monomotor, fabricado pela Aérospatiale, em França, onde foi utilizado sobretudo para socorro e evacuação de alpinistas ou turistas nos Alpes. Portugal começõu a comprá-los em Abril de 1963. Chegou a ter 142. Na Guiné foram equipados com: uma metralhadora AA52 de 7.62mm ou um canhão GIAT M621 de 20mm, quatro mísseis ar-superfície AS.11 ou dois AS.12, toperdos mk 44. Serviram para desembarque de ataques das tropas especiais, comandos e pára-quedistas. E muito para recuperação de feridos e mortos em operações.
A FAP tem actualmente 18.
Helicópteros Alouette III acidentados ou abatidos:
A não ser o que refiro a seguir não consegui ter conhecimento de mais.
- 25 de Julho de 1970 - cai na foz do rio Mansoa um Alouette III levando a bordo os deputados José Pedro Pinto Leite, Leonardo Coimbra, Vicente de Abreu e Pinto Bull; eram acompanhados pelo capitão José Carvalho de Andrade; o piloto era o alferes Francisco Lopes Manso; morreram todos; a versão oficial é que foi queda provocada por chuva muito intensa, mas o PAIGC reivindicou o seu abate.
Notícia sobre a guerra colonial – Jornal do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) (1970):
«No dia 25 deste mês, os colonialistas portugueses sofreram um dos seus maiores reveses na nossa terra. Um helicóptero, que transportava quatro deputados, entre os quais o traidor do nosso povo, James Pinto Bull, e dois oficiais do exército colonial, foi abatido sobre o rio Mansoa pelos nossos valentes combatentes».
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Missil SAM-7 Grail - "Strella" |
Outros Fiat e DOs foram metralhados e sentiram ondas de choque de strellas razantes, vários alouettes foram metralhados. Segundo Gil Moutinho, ex-furriel piloto na Guiné:
depois de 6 de Abril de 1973 «Os bombardeamentos de Fiat e T6 passaram a ser feitos a altitudes superiores às habituais o que lhe retirou alguma precisão. Houve a recomendação para evitar a altitude de voo entre os ~50 pés (~15 a 20mts) e os ~7500pés (~2500mts), pois eram os parâmetros de eficácia dos Strellas. Os hélis continuaram em altitudes baixas (a rapar) pois não precisavam de alguma altitude para aterrar. Nos DO’s, inicialmente subíamos em espiral à vertical das pistas, até atingir a altitude de segurança, e descíamos à vertical dos destinos. Rapidamente abandonámos esse procedimento, pois com cargas máximas, temperaturas elevadas do ar e dos motores e com uma demora de 30 min. a atingir a altitude,já apareciam alguns problemas técnicos, e começámos a rapar as bolanhas e os rios.
Aqui quando a experiência e conhecimentos do terreno eram verdes poderia haver problemas de navegação e na época seca a visibilidade também era escassa».(http://tabancadosmelros.blogspot.com/2010/10/recordacoes-do-gil-moutinho.html)
Interessante o referido pelo Major-General Pilav José Duarte Krus Abecasis, situação de 1969, in http://www.revistamilitar.pt/modules/articles/article.php?id=360:
«Despacho do General Brilhante Paiva, CEMFA, de 10JUL.69:
O Comandante da 1ª Região Aérea visitará o Teatro de Operações da Guiné,contactando localmente com a actividade operacional em curso, no âmbito da Força Aérea, ouvindo os Comandantes das Unidades sobre os problemas que mais os preocupam, contactando oficiais e sargentos para melhor avaliar do estado de espírito das tropas”.
No desempenho de tal missão foi dado observar:
1. Tudo o que, de qualquer forma, recordasse a chefia do Gen Schultz era votado à destruição. Foram desarticuladas estruturas erguidas com tenaz profissionalismo para servir o esforço de guerra. E a verdade é que o Gen Scultz se limitara, no âmbito da Força Aérea, a testemunhar a sua implantação e, inteligentemente, se apercebera da sua eficácia.
2. Em BISSAU. Quartel‑General do General Comandante‑Chefe.
18.00 H loc de 18JUL 1969
“Briefing” diário
Estas reuniões passaram a denominar‑se de “CENTRO CONJUNTO DE OPERAÇÕES”. Esta alteração, tomada à letra, implicava uma limitação no leque de assuntos, deixando de fora os mais importantes e adequados a uma reunião do Estado‑Maior Conjunto do Comandante‑Chefe; a atmosfera reinante em tais reuniões era outra. Em JUL69 eram os majores e capitães a dialogar, informalmente, com o COMCHEFE. Não seria fácil ao Comandante Militar, Brigadeiro Nascimento, intervir para avançar com a sua opinião, nem, menos ainda, aos coronéis presentes. Não se perdia oportunidade, eventualmente, de encarecer as “provas” de desembaraço de subalternos milicianos nas suas unidades, “no mato”. O COMCHEFE incitava vivamente a que fossem ouvidos, nas deslocações dos seus “assessores”. Sem esforço, se seria induzido a pensar que o dispositivo não dispunha de Comandantes válidos.
3. BASE AÉREA 12, BISSALANCA
Situação do Grupo Operacional
Rendimento catastrófico da Manutenção às aeronaves atribuídas:
a) Frota de aviões “DO‑27” quase totalmente parada;
b) Dos 19 helicópteros “Al III” apenas 3 se encontravam na situação desejável de “combat ready”.
Ausência de controlo de qualidade, mais do que de controlo de quantidade.»
Rendimento catastrófico da Manutenção às aeronaves atribuídas:
a) Frota de aviões “DO‑27” quase totalmente parada;
b) Dos 19 helicópteros “Al III” apenas 3 se encontravam na situação desejável de “combat ready”.
Ausência de controlo de qualidade, mais do que de controlo de quantidade.»
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Aniceto Afonso e Matos Gomes, "Guerra colonial" |
Já em 31 de Dezembro de 1972, um documento oficial do comando militar português na Guiné prevê a utilização, pelo PAIGC, de canhões antiaéreos, lançadores múltiplos de foguetões, viaturas anfíbias, PT-76 e BTR-40 e carros de combate T-34, aumentando o seu potencial bélico.
Mas o aparecimento dos SAM-7 Grail foram uma surpresa.
Mas o aparecimento dos SAM-7 Grail foram uma surpresa.
O apoio aéreo às tropas passou a ser limitado. Os helicópteros deixaram de fazer evacuações em Maio de 1973, passaram a fazê-las depois mas a muito baixa altitude; os Fiat demoraram muito tempo a adaptar-se à ameaça dos mísseis; os T6 deixaram de voar. Os transportes aéreos, após estudos, passaram a fazer-se com limitações, voando acima dos 6000 pés e utilizando escasso número de pistas.
A 8 de Maio de 1973 o PAIGC inicia o cerco a Guidage, durou um mês. A operação Ametista Real, em território do Senegal, acabou com o cerco.
18 de Maio desse ano, início da operação Amílcar Cabral por parte do PAIGC contra o quartel de Guiledje. No dia 22 a guarnição portuguesa abandona o aquartelamento.
A 31 de Maio agrava-se a situação em Gadamael-Porto devido à pressão do PAIGC e à retirada de Guiledje.
Durante esse mês de Maio de 1973 o PAIGC realizou o mais elevado número de acções militares desde o início da guerra: 220.
Já em 31 de Março tinha sido desencadeado um violento ataque ao aquartelamento de Bedanda com utilização de viaturas blindadas.
António de Spinola deixa o comando do CTIG e regressa a Portugal a 9 de Agosto.
A 21 de Janeiro de 1974 dá-se a primeira acção da guerrilha na cidade de Bissau: lançamento de engenhos explosivos contra autocarros da FAP. Uma semana depois dois outros engenhos rebentam num café de Bissau frequentado por militares portugueses, houve feridos.
No dia 22 de Fevereiro de 1974 rebentou uma carga explosiva no QG de Bissau, ficando ferido o segundo-comandante. Foi reivindicado pelo PRP-BR (a ARA só actuou em Portugal e sempre com o cuidado de não causar vítimas...).
Acrescento aqui o que me parece exemplificativo; está nos comentários, mas acho uma informação valiosa, sobretudo vindo de quem vem:
Gostava apenas de acrescentar ao seu texto, que considero interessante, de que me lembro como se fosse hoje!... sim é verdade que " ...No dia 22 de Fevereiro de 1974 rebentou uma carga explosiva no QG de Bissau, ficando ferido o segundo-comandante..." mas além do 2º comandante, o Coronel Galvão de Figueiredo (o caso mais grave), também o Chefe do Estado Maior do CTIG, Coronel Henrique Gonçalves Vaz, sofreu algumas escoriações! ainda me lembro de o ver a chegar a casa, com os óculos sem lentes, a cara cheia de vidros e algum sangue na zona dos ouvidos.... mas com um grande sorriso, a comunicar-nos (à família) "estejam descansados que eu estou bem,ainda não foi desta ..." No dia seguinte estive a visitar a Zona da explosão e ouvir alguns soldados que assistiram no momento da explosão, à projecção de portas e janelas pela parada fora..... segundo esses testemunhos, o impacto foi deveras impressionante, nomeadamente à destruição dos gabinetes dos Oficiais do Estado Maior do CTIG, especialmente o do Chefe do Estado Maior, Coronel Henrique Gonçalves Vaz, que ficou totalmente destruído.... Recentemente ouvi num programa da Televisão, os pormenores do transporte dos explosivos para "essa acção terrorista" no QG em Bissau, bem como o transporte dos detonadores..... foram transportados no interior de melões por militares portugueses, pertencentes às Brigadas do PRP..... às horas da explosão, tudo indica que não teriam "intenção de matar militares", talvez apenas desmoralizar "as nossas forças" no Teatro de Operações da Guiné!
27 de Novembro de 2011
Luís Beleza Gonçalves Vaz
(filho do Coronel Henrique Gonçalves Vaz)
27 de Novembro de 2011
Luís Beleza Gonçalves Vaz
(filho do Coronel Henrique Gonçalves Vaz)
Mas já há muito que se encarava a ameaça dos MIGs estacionados na Guiné-Conakry. O PAIGC estava a preparar pilotos para eles. Em 1972, a operação Mar Verde, em território da Guiné-Conakry, tinha como um dos seus objectivos a destruição desse aviões. Não conseguiu. Portugal tentou obter mísseis antiaéreos nos EUA e na Inglaterra. Aí não conseguiu. Foi na África do Sul que obteve mísseis Crotale, duas unidades de tiro. A RAS tínha-os comprado à França...
E se a guerra continuasse?...
Se mais aquartelamentos tivessem de ser abandonados, se tivéssemos de os ir atacar no Senegal ou na Guiné-Konakry, se a guerrilha passasse para as cidades, se os MIGs atacassem, se nem os Fiat91 nem os Crotale chegassem para eles... o que seria? Nada bom de certeza, e sei que não gostaria de lá estar.
Relatório vertical e desapaixonado.
ResponderEliminarVerdadeiramente informativo.
O facto do PAIGC não ter chegado a usar Migs não impediu que nos quartéis, (pelo o menos no meu)esse receio eram uma realidade. Os cartazes com fotos dos Migs 17 e 21 que foram afixados na cantina bem como os conselhos a adoptar no caso de ataque aéreo. Portugal não tinha condições para continuar a guerra é um verdade.
Julgo haver uma imprecisão sobre o abate do FIAT G91, a 28 de Março de 1973, por míssil "strella", pilotado pelo TC Almeida Brito, que não se deu na área de Aldeia Formosa, como aqui é mencionado mas sim à vertical da zona denominada por Madina do Boé.
ResponderEliminarCom os melhores cumprimentos
Luís Dias
É verdade. Erro meu... Vou já corrigir. Obrigado.
ResponderEliminarCaro Editor
ResponderEliminarO avião Dornier Do-27 é de fabrico alemão, em colaboração com a firma espanhola CASA e não francês.
Um abraço
Luís Dias
Obrigado pela correcção. Vai ser feita.
ResponderEliminarAbraço
A. Marques Lopes
Caro Editor:
ResponderEliminarGostava apenas de acrescentar ao seu texto, que considero interessante, de que me lembro como se fosse hoje!... sim é verdade que " ...No dia 22 de Fevereiro de 1974 rebentou uma carga explosiva no QG de Bissau, ficando ferido o segundo-comandante..." mas além do 2º comandante, o Coronel Galvão de Figueiredo (o caso mais grave), também o Chefe do Estado Maior do CTIG, Coronel Henrique Gonçalves Vaz, sofreu algumas escoriações! ainda me lembro de o ver a chegar a casa, com os óculos sem lentes, a cara cheia de vidros e algum sangue na zona dos ouvidos.... mas com um grande sorriso, a comunicar-nos (à família) "estejam descansados que eu estou bem,ainda não foi desta ..." No dia seguinte estive a visitar a Zona da explosão e ouvir alguns soldados que assistiram no momento da explosão, à projecção de portas e janelas pela parada fora..... segundo esses testemunhos, o impacto foi deveras impressionante, nomeadamente à destruição dos gabinetes dos Oficiais do Estado Maior do CTIG, especialmente o do Chefe do Estado Maior, Coronel Henrique Gonçalves Vaz, que ficou totalmente destruído.... Recentemente ouvi num programa da Televisão, os pormenores do transporte dos explosivos para "essa acção terrorista" no QG em Bissau, bem como o transporte dos detonadores..... foram transportados no interior de melões por militares portugueses, pertencentes às Brigadas do PRP..... às horas da explosão, tudo indica que não teriam "intenção de matar militares", talvez apenas desmoralizar "as nossas forças" no Teatro de Operações da Guiné!
27 de Novembro de 2011
Luís Beleza Gonçalves Vaz
(filho do Coronel Henrique Gonçalves Vaz)
A 31 de Janeiro de 1974, assisti de muito perto ao abate do FIAT G91. Encontrava-me em Copá que, nesse fim de tarde estava a ser flagelado com fogo de artilharia do PAIGC. O avião foi abatido no espaço entre Canquelifã e Copá, já próximo da fronteira com o Senegal.
ResponderEliminarVi perfeitamente o rasto de fogo do míssil atrás do avião, presenciei a respectiva explosão e vi depois o pára-quedas do piloto no ar, só no dia seguinte soubemos que ele tinha sobrevivido e estava bem. Depois disso, por duas ou três vezes durante a noite, fomos sobrevoados em Copá por uma aeronave a baixa altitude, que nunca respondeu às nossas mensagens de rádio. A 25 de Abril de 74, chegou a Pirada uma Arma anti-aérea, porque se suspeitava que, iria-mos ser atacados por aviões vindos da Guiné Conakri ou do Senegal.
António Rodrigues
1ª. BCAV 8323 Pirada Bajocunda e Copá 1973-1974
falar ou escrever da nossa guerra das colonias dá até para rir,mas nao se pode falar dos pilotos porque eram muito bons e bem trinados os fiates bons mas que os pilotava já eram tenentes coroneis e faziam muito estrago ao in.os t2 ou t6 já eram muito lentos mas ajudavam muito devido aos pilotos que eram bons demais,agora aquelas avionetes nao valim nada mas já eram pilotadas por um primeiro cabo mas tambem ajudaram muito porque pilotos bons ás vezes levantanvam vou com o motor falhando e lá iam eles iam do cabeço da velha até santo antonio do zaire,claro nao estou a falar da guiné,e nada posso falar pois nunca lá estive,na nossa guerra pobre,mas só em angola deveria ter uns 200 f15 e na guiné pelo jeito deveria até ter mais,mas tudo acabou por causa da onu e outros paises todos contra nós o pcp também.
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