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22 de novembro de 2011

305-Os ex-combatentes não estão indignados?!

Transcrevo um artigo publicado no "Primeiro de Janeiro" de 11 de Julho de 2000, assinado por Maria José Guedes. Já lá vão 11 anos, mas parece-me que continua actual, daí interrogar-me se os ex-combatentes não estarão indignados. É uma pergunta retórica,claro, porque sei que estão e acho que têm boas razões para se juntarem ao Movimento dos Indignados no dia 24 de Novembro. As suas Associações deviam empenhar-se nisso. Já o fizeram em 20 de Outubro de 2001(ver video).
«Ex-combatentes reclamam Justiça ao Estado Português

Não escondam mais a verdade

Os ex-combatentes do Ultramar não aceitam o carimbo de "assassinos". Fazem questão de dizer que foram para a guerra obrigados, com lágri­mas, saudades e medo. Em Portugal, o regime era a ditadura. Os jovens de 20 e 21 anos estavam a cumprir o serviço militar obrigatório. Não foram convidados para a guerra, foram mandados. Deixaram a família, os amigos e os pais. O que os esperava era um mundo desconhecido. Opções?! Fugir do pais? Muitos o fizeram, outros nem sequer essa chance tiveram. A guerra colonial é, para os ex-combatentes, a chave da liberdade. Ao Estado ape­nas pedem que lhes seja contado o tempo de "mis­são" para efeitos de reforma e que haja um subsidio para os deficientes e para os doentes que sofrem de stress de guerra.

Sem a guerra colonial não teria havido a revolução de 25 de Abril". Palavras do coronel Vasco Lourenço no dia da inau inauguração do monumento de homenagem aos ex-combaten tes em Castelo de Paiva.
Uma frase que agradou es pecialmente aos militares que estiveram presentes durante a cerimónia. Antigos soldados que, sempre que podem, encontram-se para recordar ve lhos tempos e para unirem forças. Reclamam um maior apoio aos deficientes e a doentes com stress de guerra.
Querem a contagem do tempo de mobilização no Ultramar para efeitos de reforma, sem o encargo de qualquer pagamento por parte do contribuinte combatente. E reclama ainda que os custos sejam suportados pelo Estado e não por outros contribuintes da Segurança Social.
Para que estas exigências sejam ouvidas na Assembleia da República estão já reunidas mais de cinco mil assinaturas, todas elas de ex-combatentes. Esperam que por mais 2500 para, então, as poderem entregar. Uma coisa é certa: garantem que não vão desistir. Exigem justiça. 

 A VERDADE.
 "Obrigaram-nos a pegar em armas para defendermos o que então se dizia ser o interesse da Pátria". Uma expressão que é utilizada por quase todos os que participaram na guerra colonial.
José Nunes vive em Castelo de Paiva. Esteve em Angola entre 1969 até 1971. Pertenceu à companhia 2/463, BataIhão 2860 - «Os Palancas Negros». De cabeça erguida, sem complexos, diz: "fomos cumprir o nosso dever e servir Portugal. Não temos de sentir vergonha. Devemos levantar a cabeça e contar isso aos nossos filhos."
Este ex-combatente não compreende por que é que as autoridades do pós-25 de Abril têm "tabus" .em relação à guerra Colonial. "Parece que têm medo de admiti r que estivemos lá. Nós fomos obrigados e ago­ra tentam esconder a verdade. Acho que não é justo que se tente apagar 14 anos de histó­ria", diz.
A verdade para os "Zés Nunes" da guerra - que não conseguem construir uma fra­se, que se refira ao Ultramar, sem se emocionarem - passa por dizer logo à partida: "Não somos assassinos. Estávamos a cumprir o serviço militar e fo­mos para lá obrigados. Se nos recusássemos a ir éramos con­siderados desertores. E de­pois?". Depois tinham poucas opções. Sair do País ou cadeia. A fuga significava para a gran­de maioria o largar da família e amigos por tempo indeter­minado.
"Ninguém pode acreditar que fomos para a guerra com o sorriso nos lábios, todos felizes. Nós fomos de lágrimas nos olhos. Sabíamos que íamos, mas não sabíamos se regressávamos. É preciso que se diga a verdade. É preciso que se dignifique a memória dos dez mil que lá ficaram. É preciso que se olhe para os 25 mil deficientes de guerra. Será que estão felizes por terem ficado estropea­dos?", interroga José Nunes.

EMOÇÃO.
O orgulho de ter sido combatente passa pela re­volução de Abril. 
Os militares do Ultramar es­tão perfeitamente convencidos de que a guerra levou à paz. Diz José Nunes que "a guerra deu origem à liberdade em Portugal. Todos, ou quase to­dos, os capitães de Abril estive­ram no Ultramar. Foi por causa daquela guerra tão injusta, que o 25 da Abril aconteceu".
Em Portugal existem quase 65 núcleos de combatentes e mais duas dezenas de associa­ções. Durante o ano, juntam-se em jantares ou almoços de re­cordações. Lembranças que não passam pela morte, ou exclusi­vamente pela morte. Memóri­as de pedaços de (in)felicidade.
Isto mesmo se pode constatar, por exemplo, na exposição permanente que está na sede da Comissão de Apoioaos Com­batentes do Ultramar, em Cas­telo de Paiva. Ali encontram-se desde fotografias, cartas, facas de mato e louvores, até fardas dos três ramos das Forças Ar­madas, entre tantas outras coi­sas.
Angústia, alguma nostalgia, nervosismo constante e emo­ção, detectam-se no olhar dos que pela guerra passaram e aí viram ficar amigos caídos.
José Nunes confessa que as suas orações constantes visam a paz no mundo. "Nós não somos assassinos. Em Portuqal, o regime era a ditadura, está­vamos na tropa, tínhamos de fazer o que nos mandavam. A maior parte não sabia de que . guerra se tratava. A maioria julgava que se tratava de de­fender a pátria dos Turras. Éra­mos muito novos, muitos anal­fabetos, o medo ... ", e lágri­mas.

APELOS.
No discurso de José Nunes, aquando da inaugura­ção do monumento em Castelo de Paiva, ficou a mensagem:
 "Portugueses, só é possível es­timular os jovens a servir Por­tugal, se todos, sem demago­gias e partidarismos, souber­mos homenagear aqueles que serviram a Pátria e por ela de­ram a vida. Eu estive lá para ser livre. Não tive opção. Ou ia, ou fugia. O que é que acontecia depois? Essa é a minha ban­deira, fui para lá para ser li­vre".
A conversa com militares do Ultramar é um círculo vicioso. As palavras repetem-se. Sente­se que estão feridos. Irremedi­avelnente feridos no orgulho. Ainda não conseguiram ser re­conhecidos pelo País que há quase trinta anos julgaram es­tar a defender e por ele dariam a vida. Este sentimento levou Nunes, a apelar à união: "Combatentes, temos de nos unir todos, como éramos unidos no teatro de guerra, um por  todos e todos por um para construirmos um Portugal melhor"» 






1 comentário:

  1. caros ex combatentes não têm que se sentirem vexados ou envergonhados , envergonhados deviam de estar quem nos chama de assassinos esses sim são assassinos de portugal que o estão a destruir eu como ex combatente na guiné 70 a 72 só sinto orgulho de ter defendido o meu pais não fomos nós que fizemos a guerra quem a fez foram aqueles que queriam a riqueza que por lá há esses sim foram os que a provocaram nós como portugueses só defendemos o que por legado nos deixaram bem ou mal esse é um facto e se todos tivessem que entregar aos nativos de todas as nações a américa aautralia e muitos outros paises não seriam as nações que são porque se em africa é de negros na américa é de indios como na autrália mas isso não conta e se marcelo caetano éra ditador eu sou astronauto para mim isto do 25 de abril foi um jogo de intereces muito mal explicado agora esses que desertaram são os que estão a receber fortunas por terem desertado como mario soares ou manuel alegre esses são os herões deste pais agora de ladrões e cobardes alguem se queixa de esses que vão ganhar fortunas para terras que não nos dizem nada esses é que são os herões nós que lá estivemos a defender o que era nosso de graça é que somos assassinos e mudando de assunto estive com um colega creio que era de castelo de paiva foi enfermeiro como eu e nunca mais soube dele dizem-me que faleceu gostaria se fosse possivel me enformasse chamava-se JAQUIM MOREIRA ALVES se souberem de alguma coisa por favor comuniquem conmigo por emaail amadeugomes1947@gmail.com pois eramos muito amigos e ninguem da minha companhia me sabem dizer nada mais do que isto um abraço para todos ex combatentes e u muito bom natal e um ano prospero companhia de caçadores 2701 saltiho guiné

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