Transcrevo um artigo publicado no "Primeiro de Janeiro" de 11 de Julho de 2000, assinado por Maria José Guedes. Já lá vão 11 anos, mas parece-me que continua actual, daí interrogar-me se os ex-combatentes não estarão indignados. É uma pergunta retórica,claro, porque sei que estão e acho que têm boas razões para se juntarem ao Movimento dos Indignados no dia 24 de Novembro. As suas Associações deviam empenhar-se nisso. Já o fizeram em 20 de Outubro de 2001(ver video).
«Ex-combatentes reclamam Justiça ao Estado Português
Não escondam mais a verdade
Os ex-combatentes do Ultramar não aceitam o carimbo de "assassinos". Fazem questão de dizer que foram para a guerra obrigados, com lágrimas, saudades e medo. Em Portugal, o regime era a ditadura. Os jovens de 20 e 21 anos estavam a cumprir o serviço militar obrigatório. Não foram convidados para a guerra, foram mandados. Deixaram a família, os amigos e os pais. O que os esperava era um mundo desconhecido. Opções?! Fugir do pais? Muitos o fizeram, outros nem sequer essa chance tiveram. A guerra colonial é, para os ex-combatentes, a chave da liberdade. Ao Estado apenas pedem que lhes seja contado o tempo de "missão" para efeitos de reforma e que haja um subsidio para os deficientes e para os doentes que sofrem de stress de guerra.
Sem a guerra colonial não teria havido a revolução de 25 de Abril". Palavras do coronel Vasco Lourenço no dia da inau inauguração do monumento de homenagem aos ex-combaten tes em Castelo de Paiva.
Uma frase que agradou es pecialmente aos militares que estiveram presentes durante a cerimónia. Antigos soldados que, sempre que podem, encontram-se para recordar ve lhos tempos e para unirem forças. Reclamam um maior apoio aos deficientes e a doentes com stress de guerra.
Querem a contagem do tempo de mobilização no Ultramar para efeitos de reforma, sem o encargo de qualquer pagamento por parte do contribuinte combatente. E reclama ainda que os custos sejam suportados pelo Estado e não por outros contribuintes da Segurança Social.
Para que estas exigências sejam ouvidas na Assembleia da República estão já reunidas mais de cinco mil assinaturas, todas elas de ex-combatentes. Esperam que por mais 2500 para, então, as poderem entregar. Uma coisa é certa: garantem que não vão desistir. Exigem justiça.
"Obrigaram-nos a pegar em armas para defendermos o que então se dizia ser o interesse da Pátria". Uma expressão que é utilizada por quase todos os que participaram na guerra colonial.
José Nunes vive em Castelo de Paiva. Esteve em Angola entre 1969 até 1971. Pertenceu à companhia 2/463, BataIhão 2860 - «Os Palancas Negros». De cabeça erguida, sem complexos, diz: "fomos cumprir o nosso dever e servir Portugal. Não temos de sentir vergonha. Devemos levantar a cabeça e contar isso aos nossos filhos."
Este ex-combatente não compreende por que é que as autoridades do pós-25 de Abril têm "tabus" .em relação à guerra Colonial. "Parece que têm medo de admiti r que estivemos lá. Nós fomos obrigados e agora tentam esconder a verdade. Acho que não é justo que se tente apagar 14 anos de história", diz.
A verdade para os "Zés Nunes" da guerra - que não conseguem construir uma frase, que se refira ao Ultramar, sem se emocionarem - passa por dizer logo à partida: "Não somos assassinos. Estávamos a cumprir o serviço militar e fomos para lá obrigados. Se nos recusássemos a ir éramos considerados desertores. E depois?". Depois tinham poucas opções. Sair do País ou cadeia. A fuga significava para a grande maioria o largar da família e amigos por tempo indeterminado.
"Ninguém pode acreditar que fomos para a guerra com o sorriso nos lábios, todos felizes. Nós fomos de lágrimas nos olhos. Sabíamos que íamos, mas não sabíamos se regressávamos. É preciso que se diga a verdade. É preciso que se dignifique a memória dos dez mil que lá ficaram. É preciso que se olhe para os 25 mil deficientes de guerra. Será que estão felizes por terem ficado estropeados?", interroga José Nunes.
EMOÇÃO.
O orgulho de ter sido combatente passa pela revolução de Abril.
Os militares do Ultramar estão perfeitamente convencidos de que a guerra levou à paz. Diz José Nunes que "a guerra deu origem à liberdade em Portugal. Todos, ou quase todos, os capitães de Abril estiveram no Ultramar. Foi por causa daquela guerra tão injusta, que o 25 da Abril aconteceu".
Em Portugal existem quase 65 núcleos de combatentes e mais duas dezenas de associações. Durante o ano, juntam-se em jantares ou almoços de recordações. Lembranças que não passam pela morte, ou exclusivamente pela morte. Memórias de pedaços de (in)felicidade.
Isto mesmo se pode constatar, por exemplo, na exposição permanente que está na sede da Comissão de Apoioaos Combatentes do Ultramar, em Castelo de Paiva. Ali encontram-se desde fotografias, cartas, facas de mato e louvores, até fardas dos três ramos das Forças Armadas, entre tantas outras coisas.
Angústia, alguma nostalgia, nervosismo constante e emoção, detectam-se no olhar dos que pela guerra passaram e aí viram ficar amigos caídos.
José Nunes confessa que as suas orações constantes visam a paz no mundo. "Nós não somos assassinos. Em Portuqal, o regime era a ditadura, estávamos na tropa, tínhamos de fazer o que nos mandavam. A maior parte não sabia de que . guerra se tratava. A maioria julgava que se tratava de defender a pátria dos Turras. Éramos muito novos, muitos analfabetos, o medo ... ", e lágrimas.
APELOS.
No discurso de José Nunes, aquando da inauguração do monumento em Castelo de Paiva, ficou a mensagem:
"Portugueses, só é possível estimular os jovens a servir Portugal, se todos, sem demagogias e partidarismos, soubermos homenagear aqueles que serviram a Pátria e por ela deram a vida. Eu estive lá para ser livre. Não tive opção. Ou ia, ou fugia. O que é que acontecia depois? Essa é a minha bandeira, fui para lá para ser livre".
A conversa com militares do Ultramar é um círculo vicioso. As palavras repetem-se. Sentese que estão feridos. Irremediavelnente feridos no orgulho. Ainda não conseguiram ser reconhecidos pelo País que há quase trinta anos julgaram estar a defender e por ele dariam a vida. Este sentimento levou Nunes, a apelar à união: "Combatentes, temos de nos unir todos, como éramos unidos no teatro de guerra, um por todos e todos por um para construirmos um Portugal melhor"»
caros ex combatentes não têm que se sentirem vexados ou envergonhados , envergonhados deviam de estar quem nos chama de assassinos esses sim são assassinos de portugal que o estão a destruir eu como ex combatente na guiné 70 a 72 só sinto orgulho de ter defendido o meu pais não fomos nós que fizemos a guerra quem a fez foram aqueles que queriam a riqueza que por lá há esses sim foram os que a provocaram nós como portugueses só defendemos o que por legado nos deixaram bem ou mal esse é um facto e se todos tivessem que entregar aos nativos de todas as nações a américa aautralia e muitos outros paises não seriam as nações que são porque se em africa é de negros na américa é de indios como na autrália mas isso não conta e se marcelo caetano éra ditador eu sou astronauto para mim isto do 25 de abril foi um jogo de intereces muito mal explicado agora esses que desertaram são os que estão a receber fortunas por terem desertado como mario soares ou manuel alegre esses são os herões deste pais agora de ladrões e cobardes alguem se queixa de esses que vão ganhar fortunas para terras que não nos dizem nada esses é que são os herões nós que lá estivemos a defender o que era nosso de graça é que somos assassinos e mudando de assunto estive com um colega creio que era de castelo de paiva foi enfermeiro como eu e nunca mais soube dele dizem-me que faleceu gostaria se fosse possivel me enformasse chamava-se JAQUIM MOREIRA ALVES se souberem de alguma coisa por favor comuniquem conmigo por emaail amadeugomes1947@gmail.com pois eramos muito amigos e ninguem da minha companhia me sabem dizer nada mais do que isto um abraço para todos ex combatentes e u muito bom natal e um ano prospero companhia de caçadores 2701 saltiho guiné
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