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8 de dezembro de 2010

8-O destino

Mais arranjados, mas em paço lento, desencontraído, e arrastando as tralhas pessoais, foram-se chegando às viaturas. Desta vez não foi o ranger, já subira estoicamente e estava a arrumar a sua bagagem encostada aos taipais, fui eu que me preocupei:

“Vamos só nós, sem nada?”
“O capitão Palmeira vai mandar dois pelotões dele em Unimogs e devidamente armados para ir connosco, além disso, nosso alferes, aqui nesta zona não há problemas”, sossegou-me o Braga.
“ Ah, bem.”
Mais resignação que concordância. O Zé Pedro e o Aprígio esfregavam os olhos e bocejavam.
A coluna avançou, com os Unimogs dos velhinhos, ordenados e atentos, à frente e atrás, os novatos, à molhada e apreensivos, no meio. Foi uma viagem mais cansativa do que a que tínhamos feito pelo rio, o balanço suave da lancha avançando na serenidade da água não tinha nada a ver com os solavancos das viaturas naquelas estradas maltratadas, além de que a noite no barco fora calma apesar da expectativa e a anterior, em terra dura e de mosquitos, deixara traços de stress, cansaço e desejos de melhor. A paisagem era idêntica, mas enquanto as verduras que afagavam o Geba estreito me pareceram belas e incutiam serenidade, fazendo esquecer os receios provocados pelo homem da metralhadora, estas não. Estas acompanhavam os caminhos, mas longe, porque vi que tinham sido cortados os arbustos e as árvores das bermas nuns bons dez metros, fazendo com que a coluna parecesse uma minhoca desesperada à procura de um buraco e gerando a todos interrogações sobre o que estaria por detrás das árvores à vista. A noite não ajudara à boa disposição.
Parámos numa povoação. Havia lá pretos mas a maior parte dos presentes eram brancos de camuflado, esfusiantes de alegria e a bater palmas. O capitão levantou-se, virou-se para trás e gritou:
“Chegámos, é aqui. Saltem das viaturas e formem por pelotões.”
E ele saltou logo, tinha dormido bem e comido melhor. Houve alguns que também saltaram, por exemplo o ranger, mas a maior parte foi descendo cuidadosamente para não cair.
“São os gajos que viemos render”, disse o Castro.
“Não hão-de estar contentes não, vão-se ver livres disto, pudera”, acrescentei.
O Zé Pedro, que ascendera à categoria de segundo comandante por, entre os agora alferes, ser o que teve nota mais alta no COM, ordenou:
“Companhia formar! Sen-up!”
Deu uma meia-volta impecável, disse:
“Apresenta-se a companhia”, fazendo continência ao capitão.
Este murmurou qualquer merda que ninguém percebeu. O Zé Pedro deu nova meia- volta e comandou:
“Companhia, scan-sar! À-vontade.”
Leu-se na cara de todos “uf! ainda bem!”
“Já estou farto destas paneleirices”, pensei.
Por causa destas tretas ia-me lixando quando estava a dar instrução aos gajos que vieram comigo para a guerra. Um dia puseram-me de Oficial de Dia e tive de entrar lá numas cerimónias com espada e tudo. Daquela vez, ainda por cima com a espada, armei uma grande barracada em plena parada. Apesar dos montes de ordem unida em Mafra, isto sempre me chateou, um dia até dei um murro noutro cadete que me empurrou parvamente na formatura.
Ouvi o Braga falar. Dizia ele:
“Vão tirando as tralhas das viaturas e fiquem aqui, que eu vou ali ter com o comandante da companhia que viemos render e depois falarei com os nossos alferes. O primeiro-sargento vai receber as armas e todo o material que ficará agora à carga da nossa unidade.”
E foi. Deu para observar aquilo que nos rodeava, os velhinhos misturaram-se curiosos.
“Donde és, em que unidade tiveram instrução, como é que foi, como é o capitão.”
“Este sítio como é?”, perguntavam os chegados.
“Isto aqui não é muito mau, só morreu um gajo dos nossos, mas porque foi burro e caiu numa armadilha nossa, demos muita porrada nos turras, mas há sítios piores, e felizmente vou-me embora porque já estava farto, estou com uma vontade de saltar para cima da minha namorada, vocês aqui vão ter umas bajudas, mas não é a mesma coisa”.
“Mas o que é uma bajuda?”
“São as raparigas novas. Há muitas. As lavadeiras também servem, uma ou outra dá tudo, mas umas é só brochadas e punhetas.”
Cagança para novato ouvir. Abriam os olhos e sonhavam, não é nada mau, vá lá. Havia uma rua única com algumas casas nas bermas com telhados de zinco e várias palhotas mais fora cobertas de palha. Mais abaixo, no interior, uma igreja.
“Fomos nós que a construímos, não percebo para quê pois nunca cá veio padre nenhum.”
Mais longe, á direita e numa pequena elevação, um edifício longo e baixo de cimento.
“É o quartel novo, foi construído há pouco tempo.”
À volta disto tudo havia mata e grandes árvores, lá ao fundo via-se o rio. O recém chegado 1º cabo Armindo, da Caparica, olhou embevecido e exclamou:
“Olha uma praia!...”
“Não é nada, pá, é uma bolanha, aparece quando a maré está baixa.”
O Armindo calou-se e ficou a pensar o que é que a maré tinha a ver com aquela terra ali no meio do mato. Não disse mais nada, a velhice explicava tudo, e os periquitos acatavam-na porque sempre é um posto.
Quando regressou da conversa com o outro, o capitão chamou os alferes, foi um briefing de pé.
“Estes gajos vão-se embora ainda hoje nas viaturas que nos trouxeram, e nós temos muito que fazer, a nossa companhia vai ficar aqui em quadrícula.”
“Mas que é isso de quadrícula?”, perguntaram todos.
“Vamos ficar dependentes de um batalhão que está na cidade mais próxima, a cerca de 30 km, e quer dizer que vamos ocupar uma área, que até nem é pequena, que fica à nossa responsabilidade. A sede fica aqui, mas há três destacamentos, dois um bocado longe e um mais perto.”
“Não vamos ficar todos aqui?”
“Claro que não, é evidente.”
Os alferes ficaram de monco caído.
“O Zé Pedro fica cá, porque é o segundo comandante. O Aiveca também, é ele que vai fazer as ligações com os destacamentos e fazer os patrulhamentos na nossa zona. O Castro vai para um dos destacamentos mais longe, o Aprígio vai para o outro, e uma secção do Zé Pedro vai para o que está mais perto, mande a do furriel Arménio, nosso alferes”.
Fiquei macambúzio.
“Ó meu capitão, desculpe lá, mas não estou a entender. O Castro é que é de operações especiais, é o homem indicado para as andanças por aí, acho que ele até gosta disso, não é, pá? O Aprígio é de minas e armadilhas, ele é que podia ir fazer as ligações, sempre me disseram que há montes de minas nas estradas da Guiné…”
O Zé Pedro estava calado, tudo bem para ele O Castro e o Aprígio aprovaram.
“Está decidido assim, tem que ser. Não é como você pensa, isto tem de ser pensado doutra maneira.”
Ninguém perguntou qual, e ele também não disse.
“Alferes Castro e alferes Aprígio, metam os vossos homens com o que é deles nas viaturas. Zé Pedro diga ao Arménio para meter a secção dele. Vão furriéis destes gajos para lhes indicar o caminho, têm de ser rápidos porque aquele pessoal de lá já está à espera para se vir embora.”
Foram cumprir as ordens e o Braga ficou a ver o andamento das coisas. Cheguei-me ao meu pelotão e disse-lhes:
“Eles vão para destacamentos e nós vamos ficar aqui na sede da companhia.”
“Eh, porreiro!”. Satisfação geral, sorrisos.
“Não sei se vai ser tão bom assim.”
“Mas aqui há bajudas!”, os olhos do Fragoso riram-se de satisfação. O Paulino bateu palmas.
“É bom”, disse o furriel Ramiro.
Os outros sorriram-se também. O furriel Martins disse que tinha falado com um tipo que também era da Covilhã e ele lhe tinha contado que nunca tiveram problemas de maior.
“Tá bem, vão pensando nisso. A ver vamos, como dizia o cego.”
“Pessimismo, meu alferes?”
“É pá, não é nada disso. É que os dois anos deles já passaram, nos próximos nós é que vamos cá ficar, e sabe-se lá como vão ser”.
O capitão e o alferes Zé Pedro chegaram-se ao grupo e já as GMC estavam a arrancar. Alegres acenos dos que ficavam. Mais ténues os daqueles que partiam, cara cerrada.
“Esta merda das viagens nunca mais acaba”, queixavam-se.
“Os furriéis que levem os vossos homens para cima, para o quartel, é onde estão a caserna, a cozinha e o refeitório, ficam todos lá.”
Virou-se para mim e para o Zé Pedro depois:
“ Ali, estão a ver aquelas duas casas cercadas de arame farpado, vamos ficar nós. Naquela primeira fica a secretaria, na outra são os nossos quartos. Vamos levar as nossas coisas e vamos lá ver aquilo.”
Os primeiros-sargentos, da anterior e da actual, já estavam a falar ao pé da secretaria. Esta tinha uma sala com duas secretárias e um cubículo anexo onde era a casa de banho. A outra casa tinha dois quartos e uma casa de banho também. Nas traseiras das duas, um pequeno descampado, separado de umas palhotas com arame farpado.
“Neste quarto aqui fico eu”, disse o capitão, “Naquele ficam vocês os dois.”
As casas não tinham janelas, só portas.
“É para não entrar nada pelas janelas, sabe-se lá…”, explicou o Braga, e convidou, depois de arrumadas as coisas de cada um:
“Vamos ali ao bar beber um copo.”
Já tardava. Disto é que ele sabia muito, era perito. E aprendi muito com ele, é verdade. Aos fins-de-semana, depois da instrução da companhia, dava-me boleia até Lisboa no seu Alfa Romeo e tive grandes noitadas na Cave, no Comodoro, na Taverna Imperial, bebidas, mulheres…e eu disso sabia pouco ou nada… no seminário não dava, e depois cá fora também não deu.
O bar ficava por trás daquelas casas, era uma barraquita muito pequena coberta de colmo, com um balcãozito que só dava para três.
“Não está cá ninguém. O barista da outra companhia deve estar a preparar-se para ir embora, mas isto agora é nosso. Os primeiros-sargentos estão a tratar. Whisky simples ou com água?”
“Com água”, disseram os alferes.
“Então estão aqui as perriers, é melhor que a castelo.”
Ficaram a conhecer as garrafinhas verdes da água perrier. O capitão foi bebendo e falando.
“Quando chegarem os dos destacamentos estes gajos vão-se embora. Temos de montar guardas lá em cima no quartel e aqui em baixo. O primeiro-sargento há-de fazer as escalas. Você, Aiveca, amanhã vai comigo até à sede do batalhão, tenho de falar com o tenente-coronel.”
“Tá bem, vou avisar os furriéis”
“Não é preciso, é aqui a trinta quilómetros.”
“Sozinhos?!”
“Não há problemas, vamos só nós.”
Este sacana quando bebe passa-se dos carretos, pensei eu, mas não disse nada. Fomos, depois, para os quartos.
“Belas camas”, e assentei-me.
“ É como as mulheres, quando estamos à rasca qualquer uma serve”, e o Zé Pedro esticou-se ao comprido.
“Não é bem assim.”
“ Ai não, não é. Ó filho, não percebes nada.”
“Talvez não.”
“ Mas ouve lá, vocês são malucos, irem-se meter por aí sozinhos, é arriscado.”
“O que é que queres, o gajo é que manda." Virei-me para o lado, não deu para mais conversa. O cansaço e o whisky venceram.
Parecia-me que tinha acabado de me deitar, que ainda era noite. Mas não, já era dia quando a porta se abriu e o capitão nos acordou.
“Temos de ir embora, Aiveca. Zé Pedro, você fica a mandar nisto, vá ver se está tudo bem no quartel e se o primeiro pôs a secretaria a funcionar, veja se está tudo nos conformes e a andar. Nós só voltamos depois do almoço.”
Já estava um jipe pronto, entrámos nele, cada um com a sua G3. O Braga foi a conduzir, passámos por um grupo de palhotas e metêmo-nos à estrada. Não se podia chamar tal, era uma picada muito má, a paisagem já não era novidade, árvores e erva muito alta à volta. A viatura ia aos solavancos.
“Ó capitão, ainda não percebi porque é que fui eu que fiquei na sede da companhia e não o Aprígio ou o Castro, acho que eles são mais capazes do que eu para aquilo.”
“É pá, para o que eu quero e é preciso não são, não é nenhum deles. O Castro é um bocado emproado e senhor do seu nariz, tenho receio que disparate coisas que eu não quero, o Aprígio é demasiado calmo, um bocado mosca morta, também não dá.”
“Mas eu não sou muito diferente deles, em certos aspectos.”
“É pá, mas eu já te conheço bem, deu para isso nas nossas andanças pelos bares de Lisboa… és um bocado nabo com as mulheres, mas isso para aqui não interessa nada. Eu tenho de ter alguém em que possa confiar plenamente para me dar segurança.”
“Mas eu acho que quer o Aprígio quer o Castro são seguros e não vão borrar nada.”
“Talvez, mas é em ti que eu tenho mais confiança.”
Foi uma viagem de poeira e buracos mas chegámos, sem problemas, de facto. Em ponto pequeno, mas parecia uma cidade. Fomos dar uma volta, tinha um mercado de paredes castanho avermelhado, algumas casas tipo colonial, outras normais, branco escuro do pó e da soalheira, um complexo com piscina e vista sobre o rio. Não era Lisboa, nada que se parecesse, muitíssimo longe, mas não desgostei. Bom para quem só tinha visto água e mato nos últimos dias.
“Só daqui a meia hora é que tenho que ir falar com o comandante do batalhão, agora vamos ver um amigo que tenho aqui.”
Entrámos num restaurante pequeno.
“Olha o Braga”, exclamou um sujeito pro-gordo e careca que estava atrás do balcão.
“Cá estou de novo, grande Coelho”, e o capitão abraçou-se a ele.
“Outra vez?”
“É, mas agora é diferente, venho comandar uma companhia. Este aqui é um dos alferes.”
“Ah, tá bem. Vão uns camarõezitos?”
“Venham eles. O Alberto anda por aí? Queria falar com ele”
“Tá aí, tá. Ó Mamadu”, virou-se para um preto que estava lá,” vai dizer ao senhor Alberto que está aqui o capitão Braga e quer falar com ele”.
“Sim, patrão”.
Apareceu depois um tipo baixo, de bigode e cabelo preto, cara de poucos amigos. Ar um bocado soturno, pareceu-me. Sorriu para o capitão e cumprimentaram-se.
“De novo?”
“Mas não é a mesma coisa”, repetiu o Braga.
“Eu sei”, disse o Alberto e juntou-se nos camarões e na cerveja.
Depois de um copo, lançou, com ar sacaninha:
“O Coelho só tem um tomate, tiveram que lhe cortar um”.
“Tive uma merda qualquer, teve de ser. Mas o meu nome diz tudo, pá, continuo em acção. Nenhuma se queixa, nem a minha mulher”.
Virou a cabeça para trás, um bocado atrapalhado, para ver se estava a mulher ao balcão. E estava, tinha vindo para ver os visitantes. Era baixa, um pouco cheia, de cabelos alourados, cara bonita. Viu-se que pensou alguma coisa, mas não disse nada.
“Olá D. Ester”, cumprimentou o Braga.
“Olá, por cá?”
“É verdade, tem de ser”.
Passou algum tempo e estava quase na meia hora.
“Tenho de ir, depois volto cá para almoçar. O alferes Aiveca fica aqui à minha espera, a não ser que queira ir dar uma volta”.
“Não, já vi o que era de ver”.
“Eu não me vou demorar, com certeza”.
“Eu vou também. O tenente-coronel disse-me que vinhas e pediu-me para ir contigo”.
“Bora, então, Alberto”.
E eu fiquei, agarrado ainda aos camarões e a uma imperial. Estava intrigado sobre quem seria aquele gajo. Não estava fardado… não compreendia por que é que ia também à reunião com o Braga. O Coelho tinha ido para o pé da D. Ester, conversavam baixo. Parecia explicar qualquer coisa, mas ela dava ar de não compreender, cara cerrada, acabou por se ir embora. Ele voltou para a mesa.
“Os camarões estão bons?”
“Muito bons”.
Agarrou-se também a um bicho e deu-lhe para falar.
“Aquele Alberto é um brincalhão, mas tem sido um elemento muito importante contra os turras”.
“De que companhia é ele?”
“Ele não é militar, é o homem da Pide aqui na zona”.
De camarão em riste, olhei para o Coelho.
“O gajo espreme-lhes os tomates, salvo seja, até eles bufarem tudo cá para fora. Limpou o sebo a muitos que não disseram nada”.
Consegui tragar o bicho mas tive de beber meio copo para não me engasgar.
“Tem de ser, senão estes gajos fodiam-nos a todos. Você até tem sorte porque esta zona está mais ou menos bem, noutros sítios é que está mau, além de que aqui é zona dos fulas. Estão connosco, e o seu capitão já conhece isto, já esteve cá antes”.
“Já?”, manifestei-me surpreso, embora já tivesse percebido isso pelas conversas anteriores
“Esteve aqui na polícia há uns anos”.
Uns pretos assomaram à porta.
“Senhor Coelho, patrão, dá licença?”
“Tenho que ir ver o que é que estes nharros querem. O que é, ó pá?”
Mergulhei na cerveja. Aquele sacana só me dissera que tinha estado na polícia em Lisboa, quando era tenente. Que foi mobilizado depois de ser promovido a capitão. Que lhe tinham dito primeiro que ia para Timor, mas que o tinham fodido quando lhe disseram que, afinal, ia para a Guiné. Nunca me disse que já tinha cá estado. Devia estar mesmo fodido, acredito. A situação não é a mesma quando era polícia… e está explicado este à vontade com os pides.
O Braga e o Alberto acabaram por regressar. Era hora de almoço, e a D. Ester já tinha preparado um belo frango de chabéu, uma delícia que, regado com vinho branco fresquinho, eu nunca tinha provado.
“Muito bom!”, exclamei.
“Aqui há pratos bestiais”, disse o capitão, “e a mulher do Coelho é boa cozinheira, havemos de vir cá mais vezes”.
A conversa foi trivial, entre risos e piadas, mulheres, caju, mancarra, bebidas. A D. Ester, ocupada no balcão, não ouvia nada, ou fazia que. Só o Coelho é que derivou, a certa altura.
“Então como estão as coisas?”
O pide e o capitão trocaram olhares e este disse que estava tudo sob controlo.
Novamente no jipe de regresso à companhia, o capitão abriu-se.
“Temos que nos pôr a pau. Os gajos andam lá na nossa zona.”
Até me admirava se não andassem.

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