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19 de abril de 2011

112-Operação Mar Verde


in "Os Anos da Guerra Colonial", suplemento As Grandes Operações da Guerra Colonial XI, de Aniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes
in "Os Anos da Guerra Colonial", suplemento As Grandes Operações da Guerra Colonial XI, de Aniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes
in "Os Anos da Guerra Colonial", suplemento As Grandes Operações da Guerra Colonial XI, de Aniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes
Há livros sobre esta operação:


Este é do comandante da operação
Do jornalista António Luís Marinho
...e de prisioneiros libertados:


Do ex-alferes António Júlio Rosa
Do ex-sargento piloto António Lobato
Sobre a Operação Mar Verde lê-se no site "Guerra Colonial - A25A/RTP"
Um mar de mistérios 

A Operação Mar Verde é uma acção singular entre todas as realizadas, durante a guerra, nos três teatros de operações. Na clássica divisão dos manuais militares, que consideram três grandes grupos de operações - convencionais, especiais e irregulares -, ela pertence ao grupo das irregulares, e foi neste âmbito a de maior envergadura, complexidade e impacte internacional. 

Foi realizada para obter efeitos políticos directos através da execução de um golpe de Estado em país estrangeiro, a Guiné-Conacri, por militares portugueses a actuarem com uniformes e equipamentos das forças desse país e em conjunto com elementos estrangeiros oposicionistas ao Governo, prevendo a eliminação de um chefe de Estado, Sekou Touré.

Como escreve o comandante da operação, o capitão-tenente da Marinha Portuguesa Alpoim Calvão, no seu livro "De Conacri ao MDLP", que constitui a base de informações que sobre ela se conhece, a proposta que fez ao comandante-chefe das Forças Armadas Portuguesas na Guiné tinha por objectivo principal a execução de um golpe de Estado na Guiné-Conacri, sendo os objectivos secundários a captura do líder do PAIGC, Amílcar Cabral, e a libertação dos militares portugueses prisioneiros que se encontravam em Conacri. 

A operação, que nunca foi assumida por Portugal, aproveitou a existência de oposicionistas ao regime de Sekou Touré, disponíveis para participarem numa acção deste género, e visou a instalação, em Conacri, de um regime mais favorável às posições portuguesas. Para atingir este fim, foram equacionadas duas alternativas, uma prevendo a instalação no território da Guiné-Bissau de bases a partir das quais esses oposicionistas pudessem realizar acções de guerrilha no seu país, e a outra considerando o lançamento de uma operação rápida e decisiva. A análise de vantagens e inconvenientes levou os autores da proposta a optar pela segunda alternativa. 

Seguiu-se um período de preparação essencialmente de âmbito político e das informações estratégicas, que envolveu o Governo de Lisboa, o Governo da Guiné e os serviços de informações de vários países, com a participação decisiva da DGS. 

Por fim, realizou-se a operação militar propriamente dita, com o planeamento, a reunião dos meios, o gizar da manobra e a execução.
………………………….
Mas, além do segredo, outro aspecto fundamental de uma operação irregular é a existência de boas informações e também neste campo existiram graves deficiências assumidas pelo inspector Matos Rodrigues, da DGS, que apoiou a acção. Os mapas para a operação foram obtidos a partir de folhetos turísticos desactualizados, o porto de Conacri observado através de uma acção de reconhecimento efectuada à distância por um navio português, numa operação também ela dirigida pelo comandante Calvão. Em Conacri não existia qualquer informador da DGS que actualizasse elementos e permitisse cruzar informações. Apesar destas graves deficiências e de não haver uma situação militar tão crítica no terreno que justificasse correr os riscos dela decorrentes, a
Por estas ou outras razões, as forças invasoras não encontraram o presidente operação foi desencadeada.  Sekou Touré no local que previam, Amílcar Cabral estava no estrangeiro, os aviões Mig noutra base e a emissora não foi tomada, impedindo os oposicionistas de ler a sua proclamação. 
Estes factos permitem admitir que, além do êxito que constituiu a libertação dos prisioneiros portugueses e a retirada sem comprometimento das forças da Mar Verde, os fracassos nos outros objectivos foram, contudo, os que melhor serviram os interesses das autoridades portuguesas. Os fracassos, ao limitarem os resultados a uma operação de resgate de prisioneiros, evitaram as imprevisíveis consequências no plano externo que adviriam para Portugal da responsabilidade por uma invasão do território de uma nação soberana e pela morte de um chefe de Estado no seu próprio país. Evitaram ainda o problema de ficar com Amílcar Cabral, um dos mais prestigiados líderes de movimentos de libertação africanos, prisioneiro em Bissau ou em Lisboa. 
Hoje persistem as interrogações sobre o futuro do general Spínola e sobre o destino do próprio Marcelo Caetano, caso os objectivos da operação tivessem sido alcançados. O primeiro seria inevitavelmente apresentado como o principal responsável por uma aventura deste tipo, que lhe retiraria credibilidade como dirigente político em qualquer solução alternativa para o regime português. O segundo não deixaria de ter de suportar os custos políticos, internos e externos, em especial quanto à credibilidade da sua anunciada política de abertura, que ainda mantinha alguns apoios. 
As razões que levaram estes dois homens a patrocinar uma operação que envolvia tais riscos continuam, hoje, difíceis de entender.


Prisioneiros que foram libertados:
Esta foi uma lista que entreguei ao jornalista José Manuel Saraiva para o ajudar no encontro que promoveu de ex-combatentes (daí as observações nela constantes)
O soldado Francisco Gomes da Silva "não compareceu entre os libertados" porque tinha ido para Argel; o João da Costa Sousa não se sabe das razões.
Quanto ao Armindo Correia Paulino houve um erro: ele tinha sido dado como "retido pelo IN" mas não foi assim. O que sucedeu é que ele foi morto em Sinchã Jobel na operação "Imparável" em 16 de Outubro de 1967, tendo o seu corpo ficado no terreno.
O 1º cabo José Manuel Moreira Duarte, que foi, depois de libertado, para o Brasil, mas onde passou muito mal e de onde teve de voltar. Está agora com uma pensão de ex-prisioneiro.  É este aqui assinalado  no barco "de regresso", o navio patrulha Hidra:
e aqui nesta foto em que estou com alguns dos que foram do meu pelotão na CART1690:

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