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in "Os Anos da Guerra Colonial", suplemento As Grandes Operações da Guerra Colonial XI, de Aniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes |
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in "Os Anos da Guerra Colonial", suplemento As Grandes Operações da Guerra Colonial XI, de Aniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes |
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in "Os Anos da Guerra Colonial", suplemento As Grandes Operações da Guerra Colonial XI, de Aniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes |
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Este é do comandante da operação |
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Do jornalista António Luís Marinho |
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Do ex-alferes António Júlio Rosa |
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Do ex-sargento piloto António Lobato |
Sobre a Operação Mar Verde lê-se no site "Guerra Colonial - A25A/RTP"
Um mar de mistérios
A Operação Mar Verde é uma acção singular entre todas as realizadas, durante a guerra, nos três teatros de operações. Na clássica divisão dos manuais militares, que consideram três grandes grupos de operações - convencionais, especiais e irregulares -, ela pertence ao grupo das irregulares, e foi neste âmbito a de maior envergadura, complexidade e impacte internacional.
Foi realizada para obter efeitos políticos directos através da execução de um golpe de Estado em país estrangeiro, a Guiné-Conacri, por militares portugueses a actuarem com uniformes e equipamentos das forças desse país e em conjunto com elementos estrangeiros oposicionistas ao Governo, prevendo a eliminação de um chefe de Estado, Sekou Touré.
Como escreve o comandante da operação, o capitão-tenente da Marinha Portuguesa Alpoim Calvão, no seu livro "De Conacri ao MDLP", que constitui a base de informações que sobre ela se conhece, a proposta que fez ao comandante-chefe das Forças Armadas Portuguesas na Guiné tinha por objectivo principal a execução de um golpe de Estado na Guiné-Conacri, sendo os objectivos secundários a captura do líder do PAIGC, Amílcar Cabral, e a libertação dos militares portugueses prisioneiros que se encontravam em Conacri.
A operação, que nunca foi assumida por Portugal, aproveitou a existência de oposicionistas ao regime de Sekou Touré, disponíveis para participarem numa acção deste género, e visou a instalação, em Conacri, de um regime mais favorável às posições portuguesas. Para atingir este fim, foram equacionadas duas alternativas, uma prevendo a instalação no território da Guiné-Bissau de bases a partir das quais esses oposicionistas pudessem realizar acções de guerrilha no seu país, e a outra considerando o lançamento de uma operação rápida e decisiva. A análise de vantagens e inconvenientes levou os autores da proposta a optar pela segunda alternativa.
Seguiu-se um período de preparação essencialmente de âmbito político e das informações estratégicas, que envolveu o Governo de Lisboa, o Governo da Guiné e os serviços de informações de vários países, com a participação decisiva da DGS.
Por fim, realizou-se a operação militar propriamente dita, com o planeamento, a reunião dos meios, o gizar da manobra e a execução.
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Mas, além do segredo, outro aspecto fundamental de uma operação irregular é a existência de boas informações e também neste campo existiram graves deficiências assumidas pelo inspector Matos Rodrigues, da DGS, que apoiou a acção. Os mapas para a operação foram obtidos a partir de folhetos turísticos desactualizados, o porto de Conacri observado através de uma acção de reconhecimento efectuada à distância por um navio português, numa operação também ela dirigida pelo comandante Calvão. Em Conacri não existia qualquer informador da DGS que actualizasse elementos e permitisse cruzar informações. Apesar destas graves deficiências e de não haver uma situação militar tão crítica no terreno que justificasse correr os riscos dela decorrentes, a
Por estas ou outras razões, as forças invasoras não encontraram o presidente operação foi desencadeada. Sekou Touré no local que previam, Amílcar Cabral estava no estrangeiro, os aviões Mig noutra base e a emissora não foi tomada, impedindo os oposicionistas de ler a sua proclamação.
Estes factos permitem admitir que, além do êxito que constituiu a libertação dos prisioneiros portugueses e a retirada sem comprometimento das forças da Mar Verde, os fracassos nos outros objectivos foram, contudo, os que melhor serviram os interesses das autoridades portuguesas. Os fracassos, ao limitarem os resultados a uma operação de resgate de prisioneiros, evitaram as imprevisíveis consequências no plano externo que adviriam para Portugal da responsabilidade por uma invasão do território de uma nação soberana e pela morte de um chefe de Estado no seu próprio país. Evitaram ainda o problema de ficar com Amílcar Cabral, um dos mais prestigiados líderes de movimentos de libertação africanos, prisioneiro em Bissau ou em Lisboa.
Por estas ou outras razões, as forças invasoras não encontraram o presidente operação foi desencadeada. Sekou Touré no local que previam, Amílcar Cabral estava no estrangeiro, os aviões Mig noutra base e a emissora não foi tomada, impedindo os oposicionistas de ler a sua proclamação.
Estes factos permitem admitir que, além do êxito que constituiu a libertação dos prisioneiros portugueses e a retirada sem comprometimento das forças da Mar Verde, os fracassos nos outros objectivos foram, contudo, os que melhor serviram os interesses das autoridades portuguesas. Os fracassos, ao limitarem os resultados a uma operação de resgate de prisioneiros, evitaram as imprevisíveis consequências no plano externo que adviriam para Portugal da responsabilidade por uma invasão do território de uma nação soberana e pela morte de um chefe de Estado no seu próprio país. Evitaram ainda o problema de ficar com Amílcar Cabral, um dos mais prestigiados líderes de movimentos de libertação africanos, prisioneiro em Bissau ou em Lisboa.
Hoje persistem as interrogações sobre o futuro do general Spínola e sobre o destino do próprio Marcelo Caetano, caso os objectivos da operação tivessem sido alcançados. O primeiro seria inevitavelmente apresentado como o principal responsável por uma aventura deste tipo, que lhe retiraria credibilidade como dirigente político em qualquer solução alternativa para o regime português. O segundo não deixaria de ter de suportar os custos políticos, internos e externos, em especial quanto à credibilidade da sua anunciada política de abertura, que ainda mantinha alguns apoios.
As razões que levaram estes dois homens a patrocinar uma operação que envolvia tais riscos continuam, hoje, difíceis de entender.
As razões que levaram estes dois homens a patrocinar uma operação que envolvia tais riscos continuam, hoje, difíceis de entender.
Prisioneiros que foram libertados:
Esta foi uma lista que entreguei ao jornalista José Manuel Saraiva para o ajudar no encontro que promoveu de ex-combatentes (daí as observações nela constantes)
O soldado Francisco Gomes da Silva "não compareceu entre os libertados" porque tinha ido para Argel; o João da Costa Sousa não se sabe das razões.
Quanto ao Armindo Correia Paulino houve um erro: ele tinha sido dado como "retido pelo IN" mas não foi assim. O que sucedeu é que ele foi morto em Sinchã Jobel na operação "Imparável" em 16 de Outubro de 1967, tendo o seu corpo ficado no terreno.
O 1º cabo José Manuel Moreira Duarte, que foi, depois de libertado, para o Brasil, mas onde passou muito mal e de onde teve de voltar. Está agora com uma pensão de ex-prisioneiro. É este aqui assinalado no barco "de regresso", o navio patrulha Hidra:
e aqui nesta foto em que estou com alguns dos que foram do meu pelotão na CART1690:
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