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30 de abril de 2011

130- Correia de Campos, um homem do 25 de Abril

O Correia de Campos que eu conheci em Sambuiá esteve em Guidage.
No Público Magazine, de 5 de Novembro de 1995, escreveu o jornalista Francisco de Vasconcelos:
“Sobre a acção de Correia de Campos no cerco (que é também destacada por Ayala Boto), um dos oficiais das forças especiais ali enviadas foi peremptório: Guidage, no fundo, não há dúvida, aguentou-se devido a ele. Foi um esforço brutal pedido a um homem de 50 anos. Uma vez terminado o cerco, Correia de Campos — hoje reformado em coronel — esteve alguns dias preso em Bissau, devido a uma infracção cometida em época anterior por um oficial sob o seu comando...
“No meio do inferno de Guidage, o governador Spínola foi ali de helicóptero para visitar a guarnição, dirigir um apelo à coragem e patriotismo dos oficiais e anunciar-lhes que iria enviar para a região o Batalhão de Comandos Africanos. Recorda Ayala Boto, que acompanhava Spínola como ajudante de campo: À chegada, a primeira imagem que surgiu foi a de uma povoação abandonada e com um único habitante que se dirigia para o heli como se estivesse a passear na Baixa de Lisboa. Era Correia de Campos.
"Após a partida do governador, gerou-se um movimento de abandono do quartel por parte de muitos militares, que queriam ir-se embora, tendo sido impedidos de o fazer por Correia de Campos, que, lembra o próprio, se postou de sentinela, à saída do aquartelamento" (...).
O cerco a Guidage, que já começara, acentuou o isolamento desta localidade a partir do dia 8 de Maio de 1973. O comandante do COP3, Correia de Campos, decidiu ir para lá no dia 10 de Maio e lá esteve até ao fim do cerco, 30 de Maio. Podia não ir e acompanhar de longe a situação. Mas foi, ele ara assim.
Foi o tenente-coronel Correia de Campos que, enviado pelo Comando da Pontinha, entrou no Ministério do Exército, às 10 horas do dia 25 de Abril de 1974, para prender diversos oficiais superiores, incluindo o coronel Álvaro Fontoura, chefe de gabinete do Ministro do Exército (este já tinha fugido). É ele que, por indicação do Comando,  manda dividir as Forças: uma coluna deve dirigir-se para o Largo do Carmo e obter a rendição do Presidente do Conselho; uma outra coluna deve dirigir-se para o Quartel da Legião Portuguesa na Penha de França, tentando obter a sua rendição. Devem manter-se em posição os efectivos no Banco de Portugal e Rádio Marconi. 
Foi também ele que às 15h25 desse dia entrou no quartel do Carmo para negociar a rendição dos seus ocupantes. Saiu cerca das 15h45, após várias ameaças de Salgueiro Maia, "se suceder alguma coisa ao nosso enviado".
Depois do 25 de Abril foi comandante de Lanceiros 2, cargo de que foi afastado após o 25 de Novembro.
Foi um bravo e nobre militar, já falecido.

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