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23 de maio de 2011

179-Nomes no golpe militar de 14 de Novembro de 1980 na Guiné-Bissau


Principais participantes no golpe:
NINO VIEIRA, Primeiro-ministro e Ministro da Defesa.
Foi Presidente desde 1980, após o golpe, até 1999, quando foi deposto na sequência da guerra civil e exilou-se em Portugal. Regressou à Guiné em 2005 e foi eleito Presidente. Foi assassinado em 2 de Março de 2009.

VÍTOR SAÚDE MARIA, Ministro dos Negócios Estrangeiros.
Continuou como tal até Maio de 1982, já com Nino Vieira; foi Primeiro-ministro de Maio de 1982 até Março de 1984, altura em que Nino o destituiu e mandou prender. Exilou-se depois em Portugal, tendo regressado à Guiné em 1990 e fundou o Partido Unido Social Democrata (PUSD) em 1992; concorreu às eleições presidenciais em 1994; foi assassinado em 1999, durante a guerra civil.

PAULO CORREIA, Ministro dos Antigos Combatentes
Foi um dos Juízes do Tribunal Militar que, em 1977, conde­nou à morte Rafael Barbosa, com pena comutada em prisão perpétua, mas que foi libertado logo após o golpe. Foi Vice-Presidente de Nino Vieira e Ministro da Justiça e Poder Local. Fundou em 1996, juntamente com Viriato Rodrigues Pan, Procurador-Geral da República, a Resistência da Guiné-Bissau-Movimento Bafatá.  Nesse ano, Nino Vieira acusou-o de tentativa de golpe de estado em 17 de Outubro de 1985 e mandou fuzilá-lo juntamente com Viriato Pan, Binhanquerem Na Tchanda, Pedro Ramos, Braima Bangura (foi o comandante do ataque a Cantacunda em 10 de Abril de 1968) e N’bana Sambú.

JOSEPH TURPIN, Secretário de Estado das Pescas
Foi Procurador-Geral da República, em 1986, depois da prisão de Viriato Pan.

VÍTOR FREIRE MONTEIRO, Governador do Banco Nacional
Cargo que desempenhava desde a formação do pri­meiro Governo, em Setembro de 73. Estudou Finanças em Portugal, tendo-se licenciado, e trabalhado posteriormente no Banco Totta. Já nos últimos anos da luta armada saiu de Portugal, para Conakry, de onde Amilcar Cabral o enviou para Genève, na Suíça onde permaneceu a maior parte do tempo. Não teve participação directa na luta armada. Desenvolveu intensivos esforços para a vinculação da Guiné-Bissau à política económica do Fundo Monetário Internacional. Defensor da iniciativa privada, foi favorável à privatização dos Armazéns do Povo. Foi Ministro das Finanças depois do golpe de 1980.

ALEXANDRE NUNES CORREIA, Secretário-Geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros
Foi funcionário  das Obras Públicas no tempo do colonialismo. Foi membro do MLG (Movimento de Libertação da Guiné) primeiramente, antes de aderir ao PAIGC em 1960.

MANUEL SATURNINO DA COSTA, Embaixador em Moscovo
Foi Primeiro-ministro de 26 de Outubro de 1994 a 6 de Junho de 1997, afastado por Nino Vieira. Foi nomeado Presidente do PAIGC em 12 de Maio de 1999. Em Fevereiro de 2000 foi mandado prender por Kumba Yalá. Foi nomeado Ministro da Presidência em Janeiro de 2009, tendo sido destituído em Outubro desse mesmo ano. Acusado de, juntamente com  Orlando Nhaga, Zé Sanha, António Moscovo, Djon Lalaka, Braima Dakar, Paulo e Armando Kondon, ter mandado fuzilar o régulo Baticã Ferreira e o ex-comando africano Didi Ferreira em Canchungo, em Março de 1976. Consta que foi um dos instigadores do conflito de Junho de 1998 e cúmplice no assassinato de Nino Vieira. É Vice-Presidente do PAIGC actualmente. Tem fama de bêbado.

Presos:
LUÍS CABRAL, Presidente
Estava em Bubaque. Foi trazido de avião e colocado em casa sob prisão.

CARMEN PEREIRA, Presidente da Assembleia Nacional Popular
Foi Ministra da Saúde e dos Assuntos Sociais de 1981 a 1983. Foi novamente Presidente da Assembleia Nacional Popular de 1984 a 1989. Em 1984 substituiu durante alguns dias Nino Vieira na Presidência da República. Foi também Ministra da Economia e representante do Banco Mundial na Guiné-Bissau.

JOÃO DA COSTA, Ministro da Saúde
Em 1993 foi também mandado prender por Nino Vieira, acusado de tentativa de golpe.

UMARÚ DJALÓ, Ministro da Defesa
Era general, nomeado por Luís Cabral. Fez parte de todas as delegações do PAIGC que negociaram o reconhecimento da independência da Guiné-Bissau, depois do 25 de Abril. 

MANUEL DOS SANTOS, Ministro dos Transportes
“Manecas”, antigo Comandante do PAIGC e do famoso e bem sucedido "Comando Abel Djassi", de origem cabo-verdiana, foi poupado pelo Golpe de Estado de 14 de Novembro de 1980, devido a relações de promiscuidade diversa com Nino Vieira. Enriqueceu à custa da Guiné-Bissau, enquanto Super-Ministro da Economia e Finanças de Nino Vieira. Em 2005, após o regresso deste, não fez parte de nenhum governo mas continuou a enriquecer à custa de alianças com Nino e nos últimos anos consta ser um dos senhores do narcotráfico na Guiné-Bissau. É actualmente Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República da Guiné-Bissau na República de Angola

FRANCISCO COUTINHO, responsável dos Armazéns do Povo

VALDEMAR OLIVEIRA,, da empresa de petróleos “Dicol”

CONSTANTINO TEIXEIRA, Ministro do Interior
Foi Primeiro-ministro de 7 de Julho a 28 de Setembro de 1978, altura em que foi substituído por Nino Vieira. Depois do golpe morreu doente na prisão, segundo o Ministério do Interior de Nino.


:
VASCO CABRAL, Ministro do Planeamento
Ofereceu resistência, foi ferido mas conseguiu abater um soldado e fugir no seu carro, tendo-se refugiado na Embaixada da Suécia. Tirou o curso de Económicas em Portugal em 1950. Em 1961 é militante comunista na clandestinidade. Em 1962, numa fuga organizada pelo PCP, Vasco Cabral, juntamente com Agostinho Neto, de barco alcança Tânger. Junta-se depois ao PAIGC.  1974 a 2004: Vasco Cabral, no Governo guineense, é ministro da Economia e Finanças, coordenador de Economia e Planeamento, ministro de Estado da Justiça e membro do Conselho de Estado. Será também vice-presidente da República. Em 2005, a 24 de Agosto, morre em Bissau. Guineense de Farim, nunca se opôs abertamente ao golpe de Nino Vieira.

Outros que sofreram consequências na sequência deste golpe
(foram-me fornecidos por um leitor deste blogue que preferiu não revelar publicamente o seu nome)


CIVIS : 
Abdulay Seck – Presidente do Comité de Estado da Regiâo de Gabú (Governador). Morreu nas celas da prisão da Segunda Esquadra, vítima de tortura psicológica.e de mau trato alimentar.
Juvêncio Gomes – Presidente da Câmara Municipal do Setor Autónomo de Bissau
Bacar Cassamá – Chefe da Casa Civil da Presidência
Benvindo – Casa Civil da Presidência
FARP :
André Gomes – 1° Comandante das FARP. O seu cadáver foi descoberto na cela da Base Aérea. Falou-se de suicídio ...
Julião Lopes – Comandante da Marinha de Guerra Nacional
Mateus Correia – Comandante Adjunto da Marinha de Guerra Nacional
Agostinho Gomes – Responsável do Armazém de Armamentos da Marinha 
Agostinho Cabral d’Almada “Gazela” – Comandante da Força Aérea Nacional 
Arafã Mané “N’Djamba” – Chefe da Casa Militar da Presidência 
Anhonó da Silva – Contra-inteligência militar 
Morgado Tavares - Contra-inteligência militar 
Duarte Cabral – Contra-inteligência militar 
José Sanhá – Chefe dos Serviços da Guarda Fronteira 
SEGURANÇA : 
Augusto Gomes – Contra-inteligência 
Idrissa Djaló – Pessoal e Formação 
Carlos Barros – Secretariado 
Norberto Tavares de Carvalho - Migração 
João Saoul Jacob “Johny” – Polícia Judiciária. Morto na prisão, vítima de tortura psicológica e falta de acompanhamento médico. 
Domingos Mendes – Arquivos e Identificação 
Óscar Baticã Ferreira - Inteligência 
Marcos da Silva – Região e fronteiras 
Armando Gomes - Secretariado 
Iancuba Quebá Mané – Contra-inteligência. Preso apôs o golpe, no regresso de um estágio no estrangeiro. 
Orlando Trindade – Contra-inteligência. Preso apôs o golpe, no regresso de um estágio no estrangeiro.
FORAM AINDA MORTOS : 
Um militar, alegadamente por João Bernardo Vieira “Nino”, no quartel da Amura, na base de um suposto malentendido. 
Dois outros militares, que se teriam visto expostos entre dois fogos, na sequência do bombardeamento da casa onde se encontrava Antonio Alcântara Buscardini – Vice-Ministro do Interior. 
ESTAVAM FORA DO PAÍS : 
Constantino dos Santos Teixeira – Comandante de Brigada e Ministro do Interior. Regressou alguns dias depois do golpe e foi preso ao descer do avião. 
Abdulai Bari – 1° Comandante das FARP 
Francisco Barreto – Capitão das FARP 
Romão Correia – Ministério do Interior


Mortos:
ANTÓNIO ALCÂNTARA BUSCARDINI, Ministro da Segurança
Em 1961 esteve preso pela PIDE em Bissau, acusado de ligações ao PAIGC. Depois de sair da prisão integra a guerrilha pela mão de Osvaldo Vieira. Foi ferido gravemente, e julgado morto, no dia do assassinato de Amílcar Cabral. Tinha 37 anos na altura do golpe.

OTTO SCHATT, alto funcionário do PAIGC


Estavam ou foram para fora do país:
MÁRIO PINTO DE ANDRADE, Ministro da Informação e Cultura
Angolano. Foi Presidente do MPLA em 1960, quando Agostinho Neto foi preso pela PIDE. Deixou a presidência em 1962, quando Agostinho Neto consegue fugir de Portugal. Em 1974  funda, com seu irmão Joaquim, a “Revolta Activa”, corrente que se opõe à liderança de Agostinho Neto no MPLA, exigindo a democratização do regime; os dois irmãos Pinto de Andrade e outros militantes são muito perseguidos e têm que abandonar Angola. Em 1976 exila-se na Guiné-Bissau tornando-se o coordenador-geral do Conselho Nacional de Cultura. Em 1978 é nomeado Ministro da Informação e Cultura da Guiné-Bissau. Na altura do golpe estava em Portugal. Foi depois para Cabo Verde. Morreu a 26 de Agosto de 1990 em Londres.

CARLOS CORREIA, Ministro das Finanças
Foi Primeiro-ministro de 27 de Dezembro de 1991 a 26 de Outubro de 1994, de 6 de Junho de 1994 a 3 de Dezembro de 1998. Foi preso em 27 de Julho de 1999, na rebelião de Ansumane Mané, e assim esteve durante pouco tempo. Em Novembro desse ano foi expulso do PAIGC. Em Fevereiro de 2000 foi mandado prender por Kumba Yalá. Esteve novamente preso durante quatro dias pela morte dos envolvidos no pretenso golpe contra Nino em 1986. É nomeado Primeiro-ministro por Nino Vieira de 5 de Agosto de 2008, depois da dissolução da Assembleia Nacional Popular. Foi substituído por Carlos Gomes Junior em 25 de Dezembro de 2008. Na altura do golpe estava no Gabão.

ARMANDO RAMOS, Ministro do Comércio
Estava também no Gabão

LUÍS CORREIA, responsável da Polícia de Ordem Públic
Irmão de Paulo Correia. Não aderiu ao golpe, conseguiu fugir  e foi para Cabo Verde.

BOBO KEITA, comandante
Fez parte de todas as delegações do PAIGC que negociaram o reconhecimento da independência da Guiné-Bissau, depois do 25 de Abril. Não aderiu ao golpe, conseguiu fugir e foi para Cabo Verde. Morreu em Lisboa em Janeiro de 2009.

LÚCIO SOARES, Vice-chefe do Estado Maior das Forças Armadas
Foi o construtor e primeiro comandante da base do PAIGC em Sinchã Jobel. Foi comandante da base do Morés. Fez parte de todas as delegações do PAIGC que negociaram o reconhecimento da independência da Guiné-Bissau, depois do 25 de Abril. Foi Ministro da Defesa de Faustino Imbali de Março a Dezembro de 2001. Foi Ministro do Interior de Carlos Gomes Junior em Janeiro de 2009, mas durante poucos meses, saindo após os assassinatos de Nino Vieira e Tagma Na Waié. Não aderiu ao golpe e conseguiu fugir para Cabo Verde, donde regressou em 1994.

JOSÉ ARAÚJO, Secretário Executivo do PAIGC
Foi um dos que foi aprisionado após o assassinato de Amílcar Cabral e que os autores tentaram levar numa lancha para Bissau. Marido de Amélia Araújo, a “Maria Turra”: Foi ele que chefiou a delegação do PAIGC que, em Agosto de 1974, na mata do Cantanhês, assinou o cessar fogo com Carlos Fabião. Fez parte de todas as delegações do PAIGC que negociaram o reconhecimento da independência da Guiné-Bissau, depois do 25 de Abril. Durante o golpe de 14 de Novembro estava em Lisboa. No regresso ficou em Cabo Verde, onde chegou a ser Ministro da Educação e Ministro da Justiça. Morreu há uns anos em Cabo Verde.


Não houve notícias, na altura, sobre:
FILINTO VAZ MARTINS, Ministro da Indústria, Energia e Recursos Hídricos
Continuou nessas funções após o golpe.

MÁRIO CABRAL, Ministro da Agricultura
Foi Comissário da Educação após a independência. Fez parte do Conselho da Revolução após o golpe. É Embaixador da Guiné-Bissau no Senegal e conselheiro de Carlos Gomes Júnior

SAMBA LAMINE MANÉ, Ministro dos Recursos Naturais
Fez parte do Conselho da Revolução após o golpe. Era Ministro dos Negócios Estrangeiros após o golpe e era Ministro da Defesa de Nino Vieira na altura da revolta de Ansumane Mané. Nessa altura o seu assessor de imprensa era Baciro Dabó.

FIDELIS ALMADA, Ministro da Justiça
Depois do assassinato de Amílcar Cabral popós que fosse Nino Vieira o Novo Secretário Geral do PAIGC. Foi Ministro da Educação após o golpe. Já faleceu.

TINO LIMA GOMES, Ministro das Obras Públicas
Foi furriel da FAP. Fugiu para Conacry com uma avioneta. Já morreu

FERNANDO FORTES DE ALMEIDA, Ministro dos Correios e Telecomunicações
Foi um dos que, com Amílcar Cabral, fundou o PAIGC em 19 de Setembro de 1956. Era, então, chefe da Estação Postal de Bissau.


CONSELHO DA REVOLUÇÃO
Foi formado após o golpe.

Membros Permanentes do CR (por ordem hierárquica):

NINO VIEIRA,
VICTOR SAÚDE MARIA
IAFAI CAMARÁ
(Natural da Gâmbia, foi o primeiro Vice-Presidente e Ministro das Forças Armadas após a independência, mas depressa foi destituído por ser elemento desestabilizador entre os militares. Comandou a brigada mecanizada no 14 de Novembro. Em 1982 foi ele que entregou a Nino Vieira uma lista com os supostos conspiradores de Paulo Correia. Foi Vice-Presidente de Nino a partir de Novembro de 1985.)
PAULO CORREIA
MANUEL SATURNINO DA COSTA
BUOTA N´BATCHA
JOÃO DA SILVA
(substituto interinamente do Ministro Manuel Saturnino, quando este foi ao estrangeiro em missão, foi acusá-lo de falcatruas a Nino Vieira. Este demitiu o ministro sem o ouvir. João da Silva foi, depois, contar a um tio de Manuel Saturnino o que Nino tinha feito. Nino soube disso e expulsou-o do CR)
SAMBA LAMINE TURÉ
BEGHATEBA NA BEATE

Principais Colaboradores:

JOSEPH TURPIN
VICTOR FREIRE MONTEIRO
MÁRIO CABRAL
JOÃO CRUZ PINTO
(Procurador-Geral da República)


1 comentário:

  1. cambadas de assasinos + a historia vos julgara! a guine merece a verdade do que paso so asim alcazçaremos a paz.

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