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29 de maio de 2011

185-Um ano antes Nino Vieira chorou


Cerca de um ano antes do golpe de 14 de Novembro de 1980, Nino Vieira foi empossado pelo Presidente do PAIGC, Aristides Pereira, como Chefe de Brigada, o mais alto posto das FARP. Chorou nessa altura. Lágrimas de crocodilo?...
Aquando da tomada de posse do segundo (e último!) mandato de Presidente da República por Luís Cabral (foi reeleito na segunda sessão legislativa em 1977, apenas com dois votos contra), Nino Vieira referiu-se-lhe como "nosso querido companheiro de luta", com "perfil de dirigente e de revolucionário". Mas Luís Cabral, na mensagem de ano novo de 1978 já supunha: "O inimigo tem sempre a esperança de ver dividida a direcção do PAIGC". Mas ainda tinha confiança: "Mas esqueceram-se das relações que nos ligam, relações de amizade, confiança, camaradagem [...] Muitos camaradas que ainda eram adolescentes quando foram para a luta formaram a sua personalidade de combatentes e de dirigentes dentro deste espírito de lealdade para com os companheiros".
Nino Vieira dirigira-se anteriormente aos deputados dizendo que Luís Cabral "nos tem orientado no dia a dia do nosso trabalho com lúcida inteligência e o seu conhecido entusiasmo e dedicação", concluindo por lhe garantir "a mais leal e sincera camaradagem". Foi quando foi empossado como Primeiro-ministro (em meados de Outubro de 1978) após a morte de Francisco Mendes.
No entanto, era opinião generalizada entre os quadros guineenses que Nino Vieira "vê, ouve e não diz nada", sendo o seu silêncio geral interpretado como falta de ideologia ou intenção de não se revelar.
Quando da intentona falhada de Malan Sanhá em 1978, Nino não só disse que não estava no complot como garantiu que não teve nada a ver com os fuzilamentos que foram feitos.
Mas fê-lo a 14 de Novembro de 1980.
Nesse dia, à tarde, António Buscardini, director da Segurança, foi a casa de Nino perguntar-lhe se era verdade que se preparava um golpe. Este dise que não, claro, e até quis que lhe trouxesse os delatores. Buscardini foi depois morto pelos golpistas.
O golpe estava preparado para dois dias depois, 16 de Novembro,mas, quando Buscardini saiu deu indicação aos apaniguados para o desencadear do golpe a partir das vinte horas desse dia. Perto da Embaixada Portuguesa, ao pé da casa de Nino, foram lançadas rajadas de metralhadora, sinal do começo do golpe.

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